Estudantes da Uneb, em Juazeiro, questionam forma de ocupação na instituição

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Na manhã de hoje (21), um grupo de estudantes da Uneb, em Juazeiro, contrários à forma de ocupação na instituição, concedeu entrevista ao Programa Palavra de Mulher- Rádio Cidade, esclarecendo a posição deles em relação a decisão dos alunos que há mais de 30 dias ocupam o campus universitário.

Além de estudantes dos cursos de agronomia e pedagogia, também participou da entrevista o pedagogo e aluno especial do mestrado de pedagogia na Uneb, Cléber Jesus, que criticou a forma como se deu a ocupação: “Cada curso tem o seu Diretório Acadêmico com estatutos diferenciados e autônomos.Quase todo Diretório tem no seu estatuto a assembleia geral dos estudantes como maior instância deliberativa e essa assembleia deve ser feita, individualmente, em cada curso. Deve haver, no caso do curso de pedagogia, segundo o estatuto, um quórum mínimo de 50% + 1 da quantidade de alunos matriculados, lembrando que o curso de pedagogia tem turno vespertino e noturno. Após convocação, realização da assembleia com quórum mínimo e aprovação, deve ser encaminhada a demanda. Isso não aconteceu.” O mestrando ainda desafiou o movimento a apresentar ata que comprove o cumprimento do estatuto: “Se aconteceu, que nos mostre a ata dessa reunião, comprovando que o estatuto do curso foi cumprido”.whatsapp-image-2016-11-21-at-15-57-56

Segundo Cleber, apoiado por Gerson dos Santos Gomes, do curso de pedagogia a adesão a ocupação não foi construída com os estudantes do curso. “Uma pessoa do DA foi avisada de última hora, foi até o local da votação e optou pela ocupação em nome do curso e sem autorização da assembleia, contrariando o estatuto que deixa claro que: “nenhuma pessoa física ou jurídica pode responder pelo DA ou pelo curso de pedagogia sem autorização prévia da assembleia. Portanto, a adesão do curso ao movimento é totalmente ilegítima. Posteriormente, foi feita uma assembleia para decidir se a ocupação continuava ou não. Existiam pouco mais de 300 alunos, enquanto a Uneb tem mais de mil alunos matriculados, segundo estimativas mencionadas pelo DA de Agronomia. Sendo assim, a assembleia não tinha quórum suficiente para deliberar. E no caso especifico do curso de pedagogia, uma série de rituais foram ignorados e o ingresso no movimento foi irregular. Temos conhecimento de vários alunos que não foram consultados e querem o retorno das aulas”, declarou Cléber Jesus.

O mestrando ainda afirmou: “Sou a favor do direito de manifestação, mas também sou a favor do direito de ir e vir e do direito ao acesso a educação. Não se justifica que não haja aula, já que os professores não estão em greve. O reitor já está sendo notificado de forma legal a intervir e garantir o direito dos alunos que não tiveram nem a possibilidade de optar nessa situação”

Cléber Jesus também afirmou que “greve de estudante é ilegal” e, na sua opinião, o movimento de ocupação estudantil no Brasil é, em parte, pacífico, pois acredita ser violenta a ação de impedir que os estudantes contrários a ocupação possam entrar nas instituições onde o movimento atua.  “Somos rotulados de fascistas porque não concordamos com a ocupação. Nós entendemos o direito de se manifestar, de protestar, mas queremos que também nos garantam o direito de ter aulas. Essa ocupação de 30 dias tem que ser revista, reavaliada e esperamos uma posição dos diretores de departamentos”, disse Cléber.

O estudante Ari Paiva, presidente do DA de Agronomia, questionou sobre os rumos da ocupação. “Já são mais de 30 dias e não temos notícia de avanços nas negociações que os estudantes da ocupação dizem estar em curso. O semestre seria concluído na próxima sexta-feira (25) e nós, até agora, não sabemos como ficará a situação. Estamos prejudicados e temos o direito a assistir as aulas e dar andamento ao nosso curso”, indagou Ari.whatsapp-image-2016-11-21-at-15-57-50

Questionados sobre o posicionamento de colocar o interesse individual acima do interesse coletivo, já que a ocupação se dá em protesto aos prejuízos que a aprovação da PEC 241/ 55 terá sobre os investimentos também na educação pública, congelados por 20 anos, os estudantes afirmaram ter outras formas de protesto que não a ocupação do campus. “Dois ex-presidentes foram impedidos depois de manifestações nas ruas, que é o lugar de manifestação, e não ocupando os prédios públicos”, afirmou Ari.

Os estudantes ressaltaram que também são contra a PEC 241/55. “Quero deixar claro que sou contra as atuais medidas governamentais e sou contra o governo atual, até porque não votei na chapa dele nas últimas eleições presidenciais”, revelou Cleber Jesus, opinião dividida pelos demais estudantes presentes na entrevista.

A Uneb, em Juazeiro (BA), foi a 51º universidade ocupada no Brasil e faz parte de uma mobilização nacional, que atualmente conta com adesão de mais de 200 universidades e 1200 escolas secundaristas e institutos federais por todo o país, resistindo contra o que consideram “uma manobra golpista de Michel Temer, que tem como objetivo destruir a educação pública no país”.

4 COMENTÁRIOS

  1. Esses posicionamentos individualistas sao prejuízos pra democracia, pois foi discutido em Assembléia e votado por ampla maioria, inclusive, a continuidade da ocupação. O que vejo aqui duas pessoas que não tem o mínimo de senso democrático e tentam macular um processo legítimo!

    Essas colocações sao injustas e mentirosas!

    • Primeiro quando a gente critica mostra a cara, não fica no anonimato!
      E o que foi dito na entrevista do tudo verdade, desafio a você anônimo a mostrar ganhos concretos, ganhos que beneficiam os cursos.
      Por conta da ocupação perdemos licitações, e a ultima com um valor que poderia chegar a um milhão de reais, para compra de reagentes, matérias, equipamentos para laboratórios, agora acho que você não conhece a realidade da UNEB.
      E como foi votado em uma assembléia como afirmam porque não foi feito de maneira como se manda o estatuto dos diretórios e centros académicos? E eu não discuto a ocupação porque não estou ocupado, porque não participo das festinhas la promovidas, não vou assistir filme de guerrilheiro, não defendo que se rasgue a constituição brasileira como membros do grupo ocupa Uneb berrão aos 4 ventos.
      Vocês foram convidados para 2 debates e nunca aparecem, sempre se mostram na surdina com postagens anônimas. Mostrem a cara! Não sejam covardes!

  2. O grande equivoco de um pseudo militante é achar que porque existe democracia os direitos individuais não devam ser respeitados.
    Vá estudar a constituição.
    Falar sobre democracia só é para quem tem coragem de mostrar a cara, em primeiro lugar. Meu conselho a vc é que quando for criticar algo mostre sua cara, seja homem para assumir as consequências pelo que faz e fala. Para mim vc é tão covarde quanto as pessoas que soltaram rojão nos invasores na uneb, não mostram a cara, fazem a merda e saem correndo, ambos covardes praticando violências diferentes.
    Sua ignorância é o cartão de visitas, cursos com DA’s autônomos e estatutos individuais não podem realizar assembleias deliberativas em conjunto. Cada curso deve respeitar o seu estatuto e cumprir suas clausulas. Quem pode deliberar por cada curso é uma assembleia geral, tenho um documento registrado em cartório que foi aprovado democraticamente que prova isso. Prejuízo para democracia é um membro do Da de um curso decidir por todos os alunos sem os consultar, isso é uma falta gravíssima prevista no estatuto. Tenho audio de alunos dizendo que mais de 80 % da sala quer retornar as aulas, além de alunos que dizem que por ter começado no primeiro período eles ainda tem a chance de desistir no curso porque não foram consultados e acham uma falta de respeito o que aconteceu.
    Nada que é legitimo pode estar fora da lei.
    Não existe legitimidade nem legalidade.
    Ontem sai de uma reunião aonde ouvi que foi criado uma nova legitimidade e que não podíamos evocar a legalidade, o momento agora é outro. Agora podemos escolher as leis as quais vamos seguir, segundo a percepção de alguns. Não cumprem seus deveres e cobram seus direitos. É isso que é ser progressista? É assim que se luta por democracia?
    Se a luta é do povo porque alguns movimentos financiados por partidos políticos estão encabeçando o movimento?
    Cadê a lei que garante a invasão de prédio público? Cadê a lei que garante greve de estudante?
    Sou a favor das mesmas pautas, mas não acho que vale tudo para se conseguir o que quer e as pessoas só defendem essas ações quando lhe são convenientes, no dia que o principio dessa ode a ilegalidade atingir um desses, o discurso vai mudar, enquanto isso, vamos observando a greve branca e as novas formas de se fazer democracia.
    Inclusive ontem quando discordei nessa reunião uma professora do campus disse que eu não deveria ter tido o direito a fala. É assim que se comportam quando encontram alguém que discorda deles, imagine uma funcionária pública que recebe do povo dizer que um cidadão não tem direito a fala. Pior que ainda tenho que pagar o salario dela.
    E vc, meu caro “xxc”, injusto é emitir opinião sem cara.
    Tenho certeza que esse blog que tem compromisso com a verdade aguarda que vc envie as provas de que as colocações feitas são mentirosas, caso vc faça isso, me comprometo a me retratar aqui no blog mesmo. Se não tiver prova, melhor ficar calado curtindo a paixão pelo caos “democrático” que gente como vc está causando.
    Estamos abertos ao dialogo e ao debate, mas por duas vezes ninguém apareceu, se não tem nada a dizer quando são solicitados, deveriam permanecer calados.

  3. Hoje, dia 23/11, os alunos da ocupação resolveram aparecer quando não tinha ninguém para debater.
    Disseram que o que não está na lei não é proibido, quando questionei as leis de direito a greve estudantil e a invadir prédio público.
    Mas esqueceram de falar sobre o direito de ir e vir que todo cidadão tem.
    Esse está na constituição e não é respeitado, professores que querem dar aula e alunos que querem assistir tem seus direitos negados para que o direito a manifestação deles seja garantido.
    Sobre o DA de pedagogia o cidadão que eu não sei o nome MENTIU.
    Tenho provas de que uma pessoa representou todo o DA e essa pessoa aderiu ao movimento nessa reunião. Reitero que não houve assembleia de consulta com os estudantes de pedagogia como rege o estatuto do curso.
    O estudante mentiu quando disse que foram realizadas duas assembleias do curso de pedagogia para consulta.
    Eu estava em uma dessas reuniões e foi para FAZER UM BALANÇO DA OCUPAÇÃO. Até porque não tem lógica o DA aderir a ocupação primeiro para fazer assembleia de consulta depois. O estatuto diz que deveriam ter 50% + 1 dos matriculados no curso, tinha cerca de 12 pessoas, contando inclusive com gente de outro curso e uma aluna da univasf. Nem quorum tinha para consulta.
    Deliberou sem consultar, isso não é democracia, não tem legalidade e nem legitimidade. É arbitrário e ditatorial.
    Desafio o aluno que esteve na rádio hoje a voltar e levar uma copia da ata da assembleia do curso de pedagogia que legitima a sua entrada no movimento após consulta dos estudantes. Agora vc pode provar que foi uma entrada legitima e democrática, basta levar a rádio a prova, do contrário minha afirmação continua, vc se valeu de uma mentira para não responder uma ilegalidade.
    E vc que tem tanta afinidade com direito como insinuou em sua fala, esqueceu de pontuar que seu direito de manifestação não é maior do que o direito individual de outro cidadão.
    Fico aguardando a nota da jornalista Sibelle Fonseca dando conta de que vc foi levar as provas do que afirmou referente a entrada de Pedagogia, se o silêncio permanecer vou entender que vc assumiu em público a mentira que propagou através de um programa e de uma jornalista que são conhecidos pelo seu compromisso com a verdade.
    No aguardo… que venha a ata ou o silêncio.

    Ps: estarei encaminhando o estatuto do curso de pedagogia para o programa.

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