País já soma perdas de R$ 10 bi com protestos de caminhoneiros

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Diferentes setores de negócio já estimam perdas de ao menos R$ 10,2 bilhões em decorrência dos bloqueios de caminhoneiros que paralisaram o escoamento da produção em todo o país.

Reportagem na Folha de S. Paulo deste domingo (27) mostra que o número tende a crescer e é quase o dobro dos R$ 5 bilhões que o governo usará para cobrir a perda que a Petrobras terá por reduzir o preço do diesel e suspender os reajustes diários.

Ao jornal, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, estima que 40% das atividades do setor tenham sido atingidas, comprometendo negócios de R$ 2,4 bilhões.

Na indústria de frangos e suínos, o cálculo chega a R$ 1,8 bilhão perdido em cinco dias, diz Ricardo Santin, vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O valor abrange a previsão de exportações que deixaram de ser feitas e a atividade do mercado interno. “Todo dia estão morrendo pintinhos ou ovos que não nascem. Já morreram mais de 50 milhões de aves.”
Com a atividade desregulada, o frango perde a qualidade porque não atinge o peso determinado e não pode ser abatido na época adequada.

Em carnes bovinas, cerca de R$ 620 milhões deixaram de ser embarcados para exportação, segundo Antônio Camardelli, presidente da Abiec (da indústria de carnes).

Nesse caso, são negócios postergados porque os animais não foram abatidos, mas o setor está fazendo o balanço da carne apodrecida.

“A maioria dos frigoríficos está sem abate. Deve ter 3.000 carretas carregadas sem poder desovar no varejo. Vai ter que contabilizar todo esse produto perecível”, afirma Camardelli.

Em relação ao segmento farmaceutíco, mais R$ 1 bilhão deixou de ser faturado no setor farmacêutico, estima o Sindusfarma (da indústria de medicamentos).

“Se faltam remédios, as doenças crônicas e as agudas podem se agravar, elevando despesas hospitalares”, diz Nelson Mussolini, presidente da entidade.

BN

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