Caso Élida: acusados de envolvimento no crime são interrogados na primeira audiência de instrução

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Familiares e amigos compareceram ao fórum (foto: arquivo pessoal)

Na primeira audiência de instrução e julgamento do caso da professora Élida Márcia Oliveira Nascimento Souza, realizada nesta segunda-feira (22) no Fórum Conselheiro Luiz Viana, em Juazeiro-BA, oito testemunhas de defesa foram ouvidas e os acusados de participação no crime foram interrogados. A professora foi assassinada a tiros na manhã do dia 20 de fevereiro, no bairro Castelo Branco, quando saía a caminho do trabalho.

Edivan Constantino de Moraes, acusado de ter planejado o assassinato junto com a filha, Edvania Pereira de Morais, mandante do crime segundo a polícia, e Railton Lima da Silva, acusado de pilotar a motocicleta que transportava o atirador no momento do crime, foram interrogados pelo juiz Roberto Paranhos. Eles foram presos no dia 10 de março após uma ação da Polícia Militar e denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Na audiência, o juiz anunciou que iria oficiar a Polícia Civil para apresentar alguns laudos periciais que foram solicitados. Somente após apresentados, será aberto um prazo para que a acusação e a defesa apresentem alegações finais. Após esse processo, o juiz decidirá se os réus, Railton e Edvan, vão a júri popular.

Ainda conforme informações obtidas pelo PNB, o processo foi desmembrado. Com isso, Edivania e Maicon Neves dos Santos, apontado como autor dos disparos que mataram a vítima, terão as sentenças proferidas separadamente. Eles continuam foragidos.

O caso Élida seguem sob segredo de justiça.

A dor da família

Nesta terça-feira (23), Maria da Paixão, mãe da professora Élida, participou do programa Palavra de Mulher, para falar sobre a audiência de instrução e sobre a dor que a família está vivendo desde janeiro, quando aconteceu o crime. Dona Maria contou que participou, junto com outros familiares e amigos, da audiência, e que vem buscando força, “junto a Deus e amigos”, para lidar com a perda da filha de 32 anos.

A mãe da professora contou que a professora havia acabado de sair de casa, quando ouviu os disparos. Dona Maria disse que a cena da filha morta, dentro do carro, vai carregar para o resto da vida.

“Não esqueço um segundo. Até hoje eu pergunto porquê isso aconteceu com minha filha. Era o primeiro dia da filha na escola. Ela pegou a filha e disse ‘olha mãe, como minha filha é linda’. A menina estava com aquele sorriso. Eu nunca mais vi a criança com aquele sorriso. As últimas palavras que ouvi da minha filha foi ‘estou atrasada’. Eu ouvi o barulho, mas jamais pensava que era algo com a minha filha”, contou D. Maria.

A mãe da Élida contou ainda que Edivânia perseguia a professora nas redes sociais, e chegou a ir na residência da professora. Ainda segundo D. Maria, semanas antes, criminosos invadiram a casa da família e tentaram abrir a janela de um dos quartos da residência. A família suspeita que eles estavam atrás de Élida. “Queriam matar ela dentro de casa”, acrescentou (assista na íntegra abaixo).

Foragidos

Segundo informações da polícia, Edvania Pereira de Morais, conhecida como ‘Vaninha’, teve um relacionamento com o marido da vítima, Lázaro César Santana, e teria planejado a morte de Élida por não se conformar com o fim do relacionamento com ele. Testemunhas relataram que ela tinha comportamento agressivo e perseguia o ex-namorado, além de ter ameaçado a professora de morte. Já Maicon Neves dos Santos teria sido contratado para efetuar os disparos que mataram a vítima.

(foto: arquivo)

Os dois acusados estão foragidos. Quem souber alguma informação pode entrar em contato com o Ligue Denúncia: (74) 88456528, ou para o 190, Central da PM.

Dois outros acusados estão presos no Conjunto Penal de Juazeiro: Edivan Constantino de Moraes, preso no dia 10 de março, acusado de ter planejado o crime junto com a filha, cuja participação no crime foi apontada por Railton Lima da Silva, que também foi preso no mesmo dia. Ele confessou que pilotava a motocicleta que transportava o atirador no momento do crime (relembre).

Os dois suspeitos foram adicionados ao Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). A ferramenta é utilizada desde 2011 e apresenta os criminosos mais procurados do estado. Os dois continuam foragidos com mandado de prisão em aberto.

Assista na íntegra

* matéria alterada às 12h15 para acréscimo da entrevista

Da Redação por Thiago Santos

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