O governador Rui Costa (PT) disse na manhã desta segunda-feira (3) que vê com naturalidade as manifestações dos servidores estaduais que marcaram a votação da PEC 159 – que altera o regime previdenciário do funcionalismo público – na última sexta (31). A apreciação da matéria na Assembleia Legislativa da Bahia foi marcada por quebra-quebra e votação a portas fechadas.
“Em uma sociedade plural as pessoas tendem a defender aquilo que elas acham que é do seu benefício. Como governador, eu fui eleito para cuidar de 15 milhões de baianos”, argumentou após cerimônia de posse da nova mesa diretora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
O chefe do executivo afirmou que 92% da população do Estado ganha até dois salários mínimos, e que ele não acha justo que a população de menor renda seja “sacrificada” para “completar a aposentadoria de 100 mil pessoas”.
Ele afirma que nos últimos anos, o governo “retirou” R$17 bilhões desta parcela da população nos últimos cinco anos com este intuito. Esse dinheiro, segundo o governador, poderia ser investido em rede de água, saneamento básico, construção ou reformas de escolas etc.
O chefe do executivo estima que, mesmo com a reforma, o déficit previdenciário deste ano deve chegar na casa do R$ 4,3 bilhões. “Estamos buscando justiça. E justiça não pode ser um Robin Hood ao avesso – tirando de quem tem menos para dar para quem tem uma renda maior. Estou a alma e coração absolutamente tranquilo”, concluiu.
Questionado sobre a possibilidade de os 63 deputados estaduais terem de devolver os R$ 3,2 milhões que receberam durante a tramitação da PEC, durante o recesso parlamentar, Rui disse que essa é uma pergunta que cabe ser feita ao Legislativo. “O poder Executivo não tem qualquer relação com qualquer tipo de pagamento, de nenhuma gratificação, de nenhuma espécie, para os demais poderes”, explicou.
Fonte BNews