A saúde emocional dos professores está em alta atualmente. São seminários, palestras em aberturas de semana pedagógica, enfim, muitos psicólogos, psicopedagogos e especialistas na área discutindo e alertando a governos,
secretarias de educação a importância fundamental do professor estar bem psicologicamente no seu trabalho diário para que possa desenvolver um trabalho prazeroso e acima de tudo com qualidade.
Sabemos que fatores externos como internos interverem diretamente no bem estar do profissional, mas queremos aqui discorrer sobre fatores internos nas unidades escolares e às vezes nas secretarias educacionais que poderiam ser evitados tornando assim a labuta do professor mais branda. Leveza de espírito é o que nós professores precisamos para exercermos nossa profissão. Precisamos ser respeitados acima de tudo, pois somos profissionais exercendo talvez a mais nobre tarefa da terra: ajudar as crianças, jovens e adultos a encontrar seu caminho, seu norte nesse mundo tão conturbado e inseguro.
Temos uma escola democrática senhores? Muitos podem responder que sim, e justifica tal resposta dizendo que os gestores escolares são eleitos pelos professores, alunos e comunidade. A essas nobres pessoas sugiro que leiam
mais sobre democracia. Um simples ato de eleger um gestor seja ele escolar, municipal, estadual ou federal não garante um mandado democrático. A palavra fundamental numa democracia é o diálogo. Não existe democracia sem diálogo.
Quando as decisões são tomadas arbitrariamente sem ouvir, levar em considerações as partes envolvidas estamos vivendo um ato de autoritarismo e escola não combina com autoritarismo. Quando se gerencia uma escola pública como se estivesse gerindo sua empresa particular, sem discutir ações, ideias, percepções, sem dialogar com os agentes que a compõe fere-se a ideia fundamental da existência da escola. A escola deve ser um espaço de discussões de ideias, de diálogo entre seus agentes, de escuta, do direito a voz. Uma escola que não dialoga com seus agentes e que toma decisões de cima para baixo está mais para um quartel do que para uma
escola.
A pluralidade de ideias, concepções, metodologias, conceitos devem fazer parte do ambiente escolar. A escola deve abrir espaço para que seus agentes possam falar, externar suas concepções, entendimentos, enfim, a escola como um espaço democrático não pode e não deve inibir e intimidar seus agentes. Discordar, concordar, dialogar, intervir, sugerir, são ações inerentes em uma escola democrática. Só evoluímos como seres humanos graças as diferenças, sem elas o mundo seria um tédio total, a mesmice, a falta de criatividade.
As aulas mal começaram na rede Municipal de Juazeiro da Bahia e já temos colegas estressados, cansados e exaustos. Muitos colegas não foram programados em suas escolas de origem, foram devolvidos à SEDUC como
mercadoria fora do vencimento. Alguns sem justificativa nenhuma por parte dos seus gestores, muitos por questões pessoais, mesquinhas, pobres. Discordar do seu pensamento não me faz seu inimigo. Por outra parte a
Secretaria deve analisar cada caso com cuidado, pois a questão é muito séria. É um profissional em educação que está sendo devolvido a secretaria sem nenhuma justificativa plausível, justa, é sua reputação como profissional que está em jogo, e acima de tudo estamos falando de um ser humano.
Por Professor Edi Santana Barbosa