Reaparecimento do potó, inseto que causa queimaduras de até 2º grau, preocupa juazeirenses; saiba como prevenir

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Insetos bem pequenos, com pouco mais de um centímetro de comprimento, mas que podem fazer um estrago na pele humana que não é proporcional ao seu tamanho. A presença repentina do potó (Paederus irritans) pegou muitos juazeirenses de surpresa. Muitos cidadãos do município baiano estão se deparando, de forma cada vez mais frequente, com a presença do inseto em suas residências. E isso requer cuidados.

Devido ao tamanho, os potós podem até ser confundidos, por algumas pessoas, com as formigas. A diferença é que eles possuem uma cauda vermelha e preta, e podem, inclusive, causar queimaduras de até segundo grau, caso tenha contato com a pele humana. O biólogo Djalma Amorim explica que esses animais, que são da família dos besouros, costumam aparecer sempre no final do período chuvoso, período que coincide com o retorno da época das altas temperaturas.

(foto: reprodução/internet)

Os potós possuem, em média, um ciclo de vida de 60 dias, desde o ovo até a sua morte, período que pode ser alterado de acordo com fatores ambientais, como temperatura, umidade e alimento. De acordo com Amorim, esses insetos têm, como habitat natural, ambientes úmidos, sombrios e que ofereçam possibilidade de alimentos orgânicos para alimentação, já que se alimentam de restos vegetais e animais. A presença da ação humana esses espaços contribui para a invasão deles nas residências, explica o especialista.

“Eles vivem em áreas sombrias, úmidas e quentes, e próximo a áreas cultivadas. Como aqui é um cinturão verde, produz muita fruta, então tem potó. A ação humana no manejo ambiental faz com quê eles fujam do seu habitat natural como forma de defesa. À noite, eles são atraídos pelas luzes da cidade, e com isso ocorrem os acidentes, que é quando há o contato do animal com a pele humana”, explica Amorim. A invasão dos mesmos às residências se dá por se sentirem atraídos pelas luzes brancas.

De acordo com o biólogo, o potó gosta de calor, por isso escolhe locais mais quentes do corpo humano para pousar, e são nesses momentos, que geralmente acontecem durante o sono, que acontecem os acidentes. “Como eles gostam de locais quentes e úmidos, procuram um ambiente agradável, e encontra isso no corpo humano. Eles vão encontrar calor no pescoço, nas dobras do braço, da perna, e no momento em que a pessoa executa a ação mecânica para afastar o inseto, ele libera uma toxina chamada de pederina, que é esse substância que causa a queimadura na pele”, explica Djalma Amorim.

Essa toxina é liberada através dos poros do abdômen do inseto. O profissional acrescenta que se trata de um mecanismo de defesa do potó, quando se sente ameaçado e desmente que o animal “urina” nas pessoas. Essa toxina é capaz de provocar lesões parecidas com queimaduras provocadas por fogo ou produto químico, por exemplo, e a gravidade dessas lesões pode depender de alguns fatores como a quantidade da substância e sensibilidade pessoal. A depender da concentração, pode ocasionar, inclusive, uma queimadura de terceiro grau, segundo Amorim.

(foto: reprodução/internet)

Tratamento

Ao notar que teve contato com o animal, é preciso, imediatamente, lavar o ferimento com água e sabão, para diluir a toxina e causar uma menor agressão à pele. Posteriormente, deve-se fazer o uso de uma compressa com água fria no local, explica o especialista. Caso não seja tratada corretamente, a queimadura de potó poderá causar uma infecção secundária e até cicatrizes. Nesse caso, é necessário procurar, de forma urgente, uma profissional médico.

O uso de receitas caseiras pode piorar a lesão e também iniciar uma infecção. Ou seja, deve-se evitar o uso de pasta de dentes e maisena, por exemplo, além também de evitar a exposição da área ao sol.

Prevenção

De acordo com o biólogo, trocar a luz branca pela luz amarela nas residências é uma das medidas preventivas mais aconselhadas, visto que esse tipo de iluminação repele que os animais realizem a reprodução. Também é recomendado dormir com as luzes apagadas e improvisar anteparos nas portas e janelas, para evitar a entrada dos animais.

Outra dica é acionar uma empresa especializada em desinsetização para pulverizar as áreas aonde esses insetos costumam aparecer. Caso sinta a presença do animal, é sugerido tentar retirá-lo através de movimentos suaves, que não causem estresse.

Da Redação por Thiago Santos

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