
Em carta enviada ao Portal Preto no Branco, moradores da Avenida Flaviano Guimarães, no bairro Cajueiro, em Juazeiro, no Norte da Bahia, reclamaram da perturbação do sossego público, provocado por proprietários e frequentadores de bares instalados no local.
De acordo com os comunitários, que preferiram não ser identificados, medidas de segurança para a prevenção da Covid-19 também não estão sendo cumpridas nos estabelecimentos.
“A polícia e os fiscais de postura da prefeitura são chamados pelos moradores inúmeras vezes, mas nem uma medida ou advertência é realizada, quando os policiais saem, recomeça tudo novamente”, diz um trecho da carta.
Eles reclamam ainda dá ocupação indevida dos espaços públicos.
“Temos moradores idosos deprimidos por não usufruírem mais das suas calçadas e nem da praça, pois as mesmas estão obstruídas pelas mesas dos bares, bem como pelos frequentadores que tomam as portas alheias sejam de pé ou com cadeiras. Temos famílias com suas crianças que não podem mais utilizar a praça para brincar com elas”, acrescentaram.
A carta pede ainda providências ao poder público.
“Os moradores da Avenida Flaviano Guimarães querem seus direitos respeitados e a sua paz garantida”, finalizaram.
Veja a carta na íntegra
MORADORES DA AVENIDA FLAVIANO GUIMARÃES PEDEM SOCORRO AO MINISTÉRIO PÚBLICO!
Os moradores da Avenida Flaviano Guimarães-Bairro Cajueiro tem vivido dias de horrores depois da instalação de dois bares: Faculdade Bar e Engarrafamento Boteco Beer. Mesmo com toda movimentação habitual da Avenida por conta dos variados comércios, nada se compara a baderna que acontece nesses bares. Som alto, gritaria, palavrões, brigas e aglomeração de pessoas sem máscaras é o que tem acontecido nesses bares na Flaviano Guimarães; o Engarrafamento Bar está colocando banda na praça, causando incômodo às pessoas idosas das imediações, segundo ele, tem autorização do superintendente da SEMAURB para fazer o que quiser, inclusive, remover as lixeiras e bancos da praça. A polícia e os fiscais de postura da prefeitura são chamados pelos moradores inúmeras vezes, mas nem uma medida ou advertência é realizada, quando os policiais saem, recomeça tudo novamente.
Nesse período de pandemia, não houve um único dia que não houvesse essa bagunça na Flaviano, não existiu respeito a nem um dos decretos, seja do governador ou da prefeita, muito menos às autoridades policiais que tem vindo atender ao chamado da comunidade. Temos moradores de mais de 30, 40, 50 anos nessa Avenida, temos muitos idosos de 60, 70, 80 e 90 anos de idade, gente com casa própria que não pode largar suas residências por causa de baderna alheia, sem falar nas pessoas doentes, temos idoso que toma morfina por conta de dores provocadas pelas enfermidades e tem se incomodado muito com a barulheira, chegando a ter picos de pressão por insatisfação de não ter mais seu sossego.
Temos moradores idosos deprimidos por não usufruirem mais das suas calçadas e nem das praças, pois as mesmas estão obstruídas pelas mesas dos bares, bem como pelos frequentadores que tomam as portas alheias sejam de pé ou com cadeiras. Temos famílias com suas crianças que não podem mais utilizar a praça para brincar com elas. As portas das residências são fechadas às 20h, quando não já durante o dia tamanha a barulheira de som alto e gritaria que começam cedo, entram na noite e varam a madrugada, não se consegue mais receber visitas e nem assistir televisão nas salas das casas por conta da barulheira causada pelos bares. Algumas pessoas mudaram seus televisores para os quartos e cozinhas na tentativa de poder ter um momento privado e escapar da perturbação da rua causada pelos bares. Não conseguem sentar nas suas portas, receber visita ou assistir televisão com tranquilidade; o hábito dos moradores da Flaviano sentarem nas suas portas é antigo e eles estão sendo privados disso, pessoas idosas enclausuradas dentro das suas casas, porque não podem mais sentar nas suas portas.
Por diversas vezes alguns moradores foram à secretaria de postura do município, mandavam cartas às rádios relatando os absurdos que aconteciam na Avenida Flaviano Guimarães e nunca foram ouvidos. Por causa desse descaso do poder público municipal para com a comunidade, os moradores se uniram e elaboraram essa carta na tentativa de que esse problema seja resolvido. É a imensa insatisfação e desespero dos moradores com os desmandos que vem acontecendo na Avenida.
Ninguém é contra às pessoas colocarem seus comércios, pois todo mundo precisa sobreviver e trabalhar. Mas para que isso possa acontecer de forma correta, é preciso que se respeite os direitos dos outros, respeite as pessoas idosas e as pessoas que estão há mais tempo no local, respeite às pessoas doentes; respeite às pessoas trabalhadoras que, quando chega o final de semana para o seu descanso, não conseguem tê-lo, porque vem alguém de fora e liga um som alto na sua porta ou o bar resolve colocar seu próprio som em volume ensurdecedor, quando não uma banda de música durante a tarde e a noite na praça. Respeito, os moradores da Avenida Flaviano Guimarães querem seus direitos respeitados e a sua paz garantida.
O PNB já encaminhou as reclamações para a Secretaria de Meio ambiente e Ordenamento Urbano de Juazeiro.
Da Redação



