Em visita realizada no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no Norte da Bahia, o Conselho Municipal de saúde encontrou diversas deficiências estruturais. A informação foi enviada ao Portal Preto no Branco pelo presidente do CMS, Irmão Robson.
Entre as deficiências encontradas estão o número insuficiente de lençóis, LAP e leitos, além do grave problema com o lixo hospitalar, que segundo o conselho, passa mais de 15 dias sem ser recolhido.
“O relatório foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, no dia 27 de julho, para que o município fosse acionado e respondesse sobre as deficiências encontradas. O relatório, que também apontava deficiências em algumas UBS, foi encaminhado antes para a Secretária de Saúde, solicitando que o órgão se posicionasse sobre o levantamento feito pelo Conselho, mas não houve resposta por parte da SMS, e posteriormente encaminhamos o referido relatório e outras demandas ao MP”, declarou o presidente do CMS.
Confira nota na íntegra:
Atendendo a solicitação de vossa senhoria, a cerca de informações sobre o Hospital Materno Infantil e algumas UBS do município, enviamos alguns pontos que esta comissão identificou. Vale ressaltar que o relatório foi encaminhado à secretaria de saúde e também ao Ministério Público Estadual.
Observamos as deficiências estruturais como paredes com falta de azulejos e rachaduras, piso reformado inadequado, salas com grande infiltração e incidência de mofo, banheiros necessitando de reforma urgente, autoclave insuficiente (a autoclavagem é um tratamento térmico bastante utilizado no ambiente hospitalar e que consiste em manter o material contaminado a uma temperatura elevada, através do contato com vapor de água,
durante um período de tempo suficiente para destruir todos os agentes patogênicos).
Centro cirúrgico necessitando de mais dois devido a demanda reprimida. Lençóis e LAP insuficientes, número de Leitos insuficientes, grave problema com o lixo hospitalar que passa mais de 15 dias sem ser recolhidos.
A Comissão também visitou algumas Unidades Básicas de Saúde. OBJETIVO: Avaliar as condições estruturais e de funcionamento das Unidades dos bairros: ARGEMIRO, CODEVASF, PIRANGA I E II, para possíveis mudanças.
NÃO CONFORMIDADES- Problemas Identificados na UBS: · Sala de vacina: – Infiltração e mofo, -Ar condicionado com defeito, (há + ou – 15 dias, drenagem da água para dentro da sala, ocasionando alagamento no momento da visita), – Porta com defeito (quebrada), – Falta computador para digitação das vacinas aplicadas (dados são lançados em qualquer equipamento que esteja disponível no momento, ressaltando que na USF
só há no computador da sala do médico e enfermeiro. -Somente 01 profissional para atender as demandas das 4 ESF) (Conselho Municipal de Saúde).
O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Juazeiro informou que não foi comunicado do fechamento temporário do Hospital Materno Infantil, em Juazeiro.
“Infelizmente não fomos comunicados sobre a decisão de fechar as portas para novos pacientes”.
Fechamento temporário do Hospital Materno Infantil
Na tarde dessa terça-feira (17), recebemos a informação de pacientes dando conta do fechamento temporário do Hospital Materno Infantil, em Juazeiro.
“A informação que passaram para nós é de que, por falta de material, o hospital foi fechado. As pacientes estão já sendo encaminhadas pela Central de Regulação para outros hospitais, inclusive para outras cidades, como Senhor do Bonfim. Não tem mais material para atender a nenhuma gestante. Essa gestão veio para terminar de acabar com a saúde pública”, disse um familiar de paciente ao PNB.
” Vejam a situação, as mulher de Juazeiro vão parir agora em outras cidades. Um absurdo! A prefeita que disse na campanha que iria organizar o hospital e estruturar, agora faz é fechar”, reclamou uma gestante.
Em contato com a direção do hospital, confirmamos a informação. No entanto, de acordo com Graça Carvalho, gestora da unidade, não se trata de um fechamento, mas o serviço está suspenso por falta de vagas.
“O hospital não foi fechado, mas estamos sem vagas, e informamos a Central de Regulação para procurarem encaminhar pacientes de outras cidades, para outras Instituições. Além da limitação de equipamentos, como sala cirúrgicas, estamos com escassez de Campo Cirúrgico, que são os panos utilizados para cirurgias, porque nossos fornecedores estão com dificuldades de matéria prima para fabricação, o tecido Brim, que é o apropriado. Procuramos no comércio local, mas não encontramos, pois está em falta no mercado”, informou a gestora.
Ela também esclareceu que o material se desgasta facilmente “esses panos, pela frequência de uso e lavagem com produtos químicos, duram muito pouco. São dificuldades que passamos, não é falta de vontade ou de gestão, e sim dificuldades do mercado que ficou parado por conta da pandemia. Muitos produtos que tínhamos em estoque, estão acabando”, informou.
Da Redação