Parece que foi ontem que adentrei a Catedral de Nossa das Grotas para a missa de corpo presente da querida Dona Maria de Lourdes Duarte. A professora. A mulher centenária. A mulher inteligente e politizada. Só parece. O tempo já teceu 03 anos desta despedida.
Foi, e sua memória ainda é, querida pela gente que a amava – família, amigos, alunos, vizinhos, autoridades políticas e religiosas, pessoas comuns. Eu! Viveu bem os seus 101 anos, rodeada de afetos que soube plantar e colher, respeitando o ser humano, a natureza, amava o Rio São Francisco (e teve oportunidade inúmeras vezes de declarar isso publicamente).
“Antenada” na atualidade, sabia o que estava acontecendo na vida social e política do país, e tinha entendimento e opinião sobre tudo e qualquer coisa. Eu amava sua inteligência. Sua memória fantástica. Sua forma afetuosa de me receber a acolher.
No último dia 20, encontrei com Nossa Senhora das Grotas, Santa da devoção da Professora Lourdes, peregrinando pela cidade. Comprei um livro num sebo, e foi entregue pelos Correios hoje (25). Para minha surpresa e alegria, tem uma dedicatória com sua letra, sua assinatura que reconheci de imediato.
Eu sou uma mulher que não acredita em coincidências – eu acredito em sinais. E os sinais nos dizem que sua luz não se apagou, está brilhando em outro lugar.
Por Laís Lino, juazeirense, fotógrafa e servidora pública
Foto: Laís Lino
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