Em um discurso carregado de ira, na última quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual do PSL Frederico D’Ávila atacou o Papa Francisco e o arcebispo de Aparecida do Norte, Orlando Brandes, referindo-se aos dois como “vagabundos” e “safados”.
D’Ávila criticou o pronunciamento feito pelo arcebispo no dia 12, em que ele defendeu um brasil sem ódio e sem armas, condenando a política de armamento do governo Bolsonaro, do qual o deputado estadual é apoiador.
“Seu safado da CNBB dando recadinho para o presidente [Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha”, disse.
Em outro trecho da fala, o bolsonarista disse: “Pátria armada é a pátria que não se submete a essa gentalha, seu safado. (…) Você se esconde atrás da sua batina para fazer proselitismo político, para converter as pessoas de bem para sua ideologia. A última coisa que vocês tomam conta é da alma e da espiritualidade das pessoas, seu vagabundo”, vociferou o deputado bolsonarista na tribuna da Assembleia. Ele também se referiu de maneira genérica a sacerdotes católicos como “pedófilos”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também foi alvo de seus ataques: “A CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”. “Canalhas, canalhas, canalhas!”
D’Ávila é ruralista e conhecido pelas suas posições polêmicas. Há dois anos, ele propôs que fosse feita uma homenagem na Assembleia paulista ao ex-presidente chileno Augusto Pinochet, um dos ditadores mais sanguinários da América Latina. Ele também já foi condenado pela Justiça a pagar indenização ao PSOL por ter afirmado que o partido tinha relações com o narcotráfico internacional.
Da Redação