Os sinais sonoros instalados em semáforos funcionam como guias para a travessia de vias públicas de pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, garantindo acessibilidade e segurança no trânsito. Porém, no município de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, alguns equipamentos foram retirados após a implantação das rotatórias e a extinção das sinaleiras antes instaladas nos locais.
A mudança vem prejudicando a mobilidade das pessoas com deficiência visual, que dependem do dispositivo. Elas cobram da gestão municipal que reinstale os sinais sonoros, garantindo o direito à acessibilidade.
“Os sinais sonoros estão sumido aqui em Petrolina. Estão fazendo rotatórias para melhorar o trânsito e o tráfico para o povo de Petrolina, mas esquecem que tem pessoas com deficiência visual e que dependem dos dispositivos para atravessar as vias públicas. Como vamos circular pela cidade sem o apoio dos sinais, sem um equipamento que possa nos dá segurança para trafegar?”, questionou o assessor de comunicação, do Centro de Convivência da pessoa com deficiência de Petrolina (CCD renovação), Wellington José da Silva.
Wellington José, que possuiu uma deficiência visual, lembrou ainda que desde 2000 é obrigatória em todo o Brasil à sinalização sonora para cegos em vias públicas de grande circulação.
“É uma lei que vale para todas as cidades. Em Recife, por exemplo, em todos os locais públicos tem um sinal sonoro para as pessoas com deficiência visual. Mas aqui em Petrolina, não. Imagina a gente querer ir lá na prefeitura, na Secretaria de Saúde, ou mesmo buscar um atendimento no Hospital Dom Malan, na Policlínica, entre outros, e encontrar dificuldades porque não tem sinais sonoros que nos auxiliem a ter acesso a esses locais. A gente fica dependendo sempre de alguém para passar ou temos que prestar atenção para tentar perceber quando os carros estão parados. Tudo isso é muito muito ruim para nossa classe. A gente já conversou com o pessoal da AMMPLA, mas o prefeito não se importa muito com essa causa. Miguel Coelho começou fazer a rotatória e tirar na verdade os sinais sonoros”, acrescentou.
Wellington cobrou ainda uma atuação efetiva da gestão municipal para garantir os direitos das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida.
“A gente precisa que o poder público pense e bote em prática ações que melhorem a acessibilidade. Precisa trazer de volta os sinais sonoros. Em muitos pontos da cidade, não sabemos sequer onde tem uma faixa de pedestre ou um semáforo. A gente precisa de pessoas na gestão que pensem nisso. Que lutem por essa pauta. Precisam também chamar a nossa classe para debater essas ações e explicar as mudanças que estão sendo feitas”, finalizou.
O PNB já encaminhou a reclamação para a Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (AMMPLA), e aguarda resposta.
Trânsito seguro é um direito de todos
De acordo com uma resolução publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) em 2017, o trânsito seguro é um direito de todos e o Estado deve adotar medidas para garantir essa prerrogativa. De acordo com os requisitos definidos pelo órgão, os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas de grande circulação ou em locais que fornecem acesso a serviços de reabilitação devem, obrigatoriamente, estar equipados com mecanismos que emitam sinais sonoros suaves para orientação dos pedestres.
CCD renovação
O Centro de Convivência da pessoa com deficiência de Petrolina, CCD Renovação, é uma associação criada para garantir os direitos das pessoas com deficiência do Vale do São Francisco. O intuito é garantir visibilidade às causas e direitos da classe.
“O intuito dessa entidade é inserir à pessoa com deficiência na sociedade, no mercado de trabalho, nas políticas públicas, e socializar as PCDs, que muitas vezes são segregadas dos espaços, e até pelos familiares”, declarou o assessor do CCD renovação, Wellington José da Silva.
Ainda de acordo com ele, nesse tempo de gestão CCB Renovação, foram realizadas várias ações e participação em eventos sociais, passeios e festas comemorativas como confraternização e homenagens.
“Estamos de braços abertos para receber todas as pessoas com deficiência e seus apoiadores, familiares para crescerem junto a nossa identidade”, reforçou.
Da Redação PNB