Após inúmeras reclamações, Câmara de Vereadores de Juazeiro vai realizar Audiência Pública sobre o sistema Zona Azul; proposição é do vereador José Carlos Medeiros

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Uma Audiência Pública sobre o sistema de estacionamento rotativo Zona Azul, será realizada na Câmara de Vereadores do município de Juazeiro, no Norte da Bahia, no próximo dia 17. O objetivo é esclarecer sobre o atendimento prestado pela  empresa Sinal Vida, alvo de reclamações dos usuários, bem como seu faturamento e aplicação dos recursos arrecadados com o serviço.

De acordo com o vereador Zé Carlos Medeiros, o requerimento de sua autoria foi aprovado em tempo recorde pelos parlamentares da Casa Aprígio Duarte Filho.

“Eu quero informar a toda a sociedade juazeirense que, graças a Deus, a gente conseguiu aprovar o requerimento para Audiência Pública para discutir o fim da Zona Azul de Juazeiro ou a sua municipalização com viés social. Eu agradeço a todos os vereadores que assinaram o requerimento e votaram favoráveis à audiência. Houve, inclusive, surpresa no sentido de que a gente conseguiu, em tempo recorde, aprovar o requerimento para a audiência, onde vamos discutir essa situação que prejudica tanto o povo de Juazeiro, que é o zona azul. A audiência foi marcada para o dia 17 de junho, antes do recesso do primeiro semestre. O horário ainda será definido Eu eu vou continuar reforçando o convite para a sociedade civil organizada, a população de uma forma geral, a imprensa, e vamos convocar também a empresa Sinal Vida, através do seu proprietário, para se explicar sobre essa situação que a gente vive em Juazeiro”, declarou Zé Carlos ao PNB.

O vereador também fez críticas ao serviço que vem sendo prestado pela empresa Sinal Vida em Juazeiro.

“A gente vive um desgaste tremendo com a ineficiência de serviço prestado pela empresa Sinal Vida. O retorno para os cofres do município é pífio e insignificante, e o povo de Juazeiro vem sofrendo com o zona azul. Então fica aqui, mais uma contribuição do mandato do Vereador Zé Carlos Medeiros, que volta para a Câmara dos Vereadores com compromisso de defender a verdade, o povo da nossa cidade e nossa primeira bandeira foi o fim do zona azul ou a sua municipalização com viés social”, acrescentou.

Reclamações 

O Sistema de estacionamento rotativo, Zona Azul, implantado em 2016 em Juazeiro-BA, é alvo de diversas reclamações da comunidade. Taxas altas, cobranças em áreas residenciais, tamanho das vagas e multas indevidas, são alguns dos fatores que geram insatisfação na população, como já relatado diversas vezes no PNB.

No último dia 7, em contato com o Portal Preto no Branco, o atleta Ulberte Oliveira, reclamou que recebeu uma multa indevida da empresa responsável pelo sistema de estacionamento rotativo, zona azul, em Juazeiro. De acordo com ele, a punição foi aplicada na manhã do sábado (07), mesmo ele portando uma licença de gratuidade, destinada a pessoas com deficiência.

“No sábado, por volta das 8h, meu carro estava estacionado na orla de Juazeiro, quando uma funcionária da Zona Azul aplicou a multa. Eu tenho a carteirinha da CSTT, de pessoas com deficiência física, e a minha licença estava na frente, de forma visível, mas ela (funcionária), parece que não viu e simplesmente me multou”, reclamou.

Revoltado com a situação, o atleta informou ainda que já está tomando providências judiciais contra a empresa responsável pelo sistema.

“Quando vi a multa fui atrás da funcionária e expliquei a situação para ela, mesmo assim, ela disse que eu teria que pagar a multa ou ir na central resolver. Mas o erro não tinha sido meu, então ela era quem teria que resolver, ligar para a central. É a primeira vez que isso acontece. Meu carro fica sempre na orla. Mas já estou tomando as providências judiciais”

Após reclamação do atleta Ulberte Oliveira, o PNB começou a receber diversas reclamações de usuários sobre o serviço prestado pela empresa.

“Essas meninas que trabalham na zona azul parecem que se escondem, porque a gente anda a rua todinha procurando e não acha. Mas é só a gente dar as costas, que elas aparecem para multar. E depois que elas multam, parece que elas voltam a se esconder porque a gente não acha de jeito nenhum”, observou a usuária Leide, moradora do Alto do Cruzeiro.

Marileide, também usuária do sistema, contou a situação constrangedora que vivenciou com uma funcionária que mal esperou ela estacionar o veículo.

“Queria fazer uma observação a respeito do Zona Azul. Eu estava dentro do carro, o veículo ainda ligado, no sábado pela manhã, ao lado da catedral e a moça do Zona Azul se posicionou na frente do carro com o celular na mão para aplicar uma multa. Eu abri o vidro e falei estou colocando através do aplicativo e ela ficou toda sem graça e se afastou. A fome de multar realmente existe sim”, avaliou.

Nas redes sociais do Portal Preto no Branco, várias pessoas comentaram sobre a Zona Azul de Juazeiro.

Confira:

“Realmente é um serviço precarizado e de má prestação”.

“A empresa dizer que nunca aconteceu isso, ela está indo contra a verdade. Mês passado aconteceu o mesmo caso com o carro do meu cunhado”, disse o leitor sobre o caso do atleta Ulberte Oliveira.

“É desse jeito mesmo! A pessoa chega e fica procurando uma funcionária, e se você sair dez minutos, quando volta está lá a multa no veículo”.

“Empresa péssima. Multam e somem. Você tem que ir atrás e até aqueles minutos que você não paga, acaba pagando, só por ter que ir atrás delas (as funcionárias).

“É uma vergonha isso! Eles ainda querem estar certos. Já está na hora de acabar com isso”.

“Só querem ganhar dinheiro às nossas custas. Mas, se roubarem um carro ou uma moto nos estacionamentos do Zona Azul, tenho certeza que eles não vão dá outro transporte para o usuário”.

O PNB entrou em contato com a empresa Sinal Park, que por telefone, informou que os funcionárias não aplicam multas, apenas fiscalizam o sistema de estacionamento e emitem uma notificação, denominada de medida administrativa. A multa é aplicada pelo órgão de trânsito, ou seja, pela CSTT.

Problema Antigo

Em 2019, foi marcada uma Audiência Pública sobre o Zona Azul, que não aconteceu, devido a ausência do preposto da empresa Sinal Vida, que executa o serviço de estacionamento rotativo no município. Na ocasião, populares que foram até a Casa Aprígio Duarte para acompanhar a audiência, se revoltaram com o não comparecimento dos representantes da empresa. Em conversa com o PNB, o comunitário e representante sindical Roni Ferreira, que estava na câmara, declarou que junto com os outros populares, reivindicou que os vereadores pudessem fazer uma convocatória ao dono da empresa e também encaminhasse um documento judicial solicitando ao juiz a suspensão da cobrança da zona azul, até que ocorresse de fato a audiência pública.

“Mas o vereadores não acataram nossa solicitação e por desespero, acabaram encerrando a reunião. Acredito que o intuito dos vereadores não era o de fazer uma audiência pública de verdade. Eles queriam um faz de conta e não um debate que viesse ter a participação popular, onde as nossas proposições pudessem ser respeitadas”, declarou Roni.

Em nota, o autor do requerimento na época, o vereador Charles Leal também demonstrou sua insatisfação com a ausência do preposto da empresa.

“A principal parte na discussão não comparece inviabilizando o andamento das discussões. Falta de respeito não só comigo mas com todos vereadores e o público que compareceu em massa. Agora é questão de honra convocar, obrigando a presença da empresa. O que antes era convite agora vamos convocar e se não vier, as penas seguirão a base da lei para quem não cumpre uma convocação!”, declarou o então vereador.

Redação PNB

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