“Não é a 1ª vez que morre alguém com gás lacrimogêneo”, contemporiza Bolsonaro sobre assassinato de Genivaldo de Jesus por agentes da PRF

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Nesta sexta-feira (3), Jair Bolsonaro (PL) afirmou que casos como o da morte de Genivaldo de Jesus acontecem, e que os policiais não tiveram intenção de matar.

“Não é a primeira vez que morre alguém com gás lacrimogêneo no Brasil. Se pesquisar um pouquinho, até nas Forças Armadas já morreu gente. […] Eles queriam matar? Eu acho que não. Lamento. Erraram? Erraram. A Justiça vai decidir. Acontece, lamentavelmente”, disse o presidente em entrevista à imprensa em Foz do Iguaçu (PR).

Após abordagem violenta, Genivaldo foi assassinado por agentes da PRF, após soltarem gás lacrimogêneo e spray de pimenta no porta-malas da viatura em que foi colocado. O fato aconteceu na BR-101, em Umbaúba,  sul de Sergipe. Genivaldo morreu por asfixia, segundo laudo do o IML. Testemunhas dizem que a ação durou cerca de 30 minutos.

Os policiais envolvidos diretamente na abordagem -Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia- foram afastados, mas continuam em liberdade.

Genivaldo de Jesus foi parado pela PRF por trafegar de moto sem capacete, a mesma infração cometida, recorrentemente pelo presidente Bolsonaro.

Nesta sexta-feira (3), por exemplo, Bolsonaro trafegou de moto sem capacete em Umuarama (PR), descumprindo a legislação de trânsito. A infração acontece pela terceira vez seguida desde a morte de Genivaldo.

No sábado (28), a Polícia Rodoviária Federal publicou um vídeo em que afirma que o caso foi uma conduta isolada. A corporação promete que vai aperfeiçoar os padrões de abordagem.

A direção-geral da PRF criou uma comissão interventora na superintendência regional da corporação em Sergipe para investigar o caso.

A Polícia Federal tem 30 dias para concluir a investigação e já começou a ouvir as testemunhas: na última terça-feira (31), foram ouvidas a viúva Fabiana, a irmã Damarise e o sobrinho Walllison Santos, que presenciou a abordagem.

A família, que defende a prisão dos policiais envolvidos na abordagem, diz considerar que o racismo contribuiu para uma ação truculenta da polícia e foi determinante para a sua morte. Genivaldo tinha 38 anos, era negro e tinha esquizofrenia.

Redação PNB

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