Dois de Julho, as mulheres que foram determinantes e fizeram história na Independência do Brasil na Bahia

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Nos livros tradicionais de história, a maior parte dos heróis é de homens. Às mulheres, em geral, são relegados papéis coadjuvantes, quando não, elas são totalmente invisibilizadas.

E foram tantas as mulheres, indígenas, afrodescendentes, caboclas que trabalhavam no campo, empregadas, amas de leite, operárias, artistas, donas de casas, que resistiram para construir a história do Brasil, desde a sua descoberta até as lutas atuais.

Neste 2 de Julho, Independência da Bahia, é justo lembrar de algumas personalidades femininas que contribuíram para o “nunca mais o despotismo regerá nossas ações”, como bem ressalta o hino de Cosme de Farias.

Mulheres como Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica, índia Catarina Paraguaçu, determinantes na luta da Independência do Brasil na Bahia.

Confira um breve histórico destas figuras femininas e suas atuações no 2 de Julho:

Maria Quitéria é conhecida por lutar vestida de homem para ajudar o exército a expulsar as tropas portuguesas da Bahia. Ela saiu de casa escondida do pai viúvo e usou a farda que pegou do cunhado.

Por seu ato de bravura e ousadia, ficou conhecida como “soldado Medeiros” e se tornou um dos ícones da Independência do Brasil na Bahia.

De acordo com o registro da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, no bairro de Nazaré, em Salvador, aonde seus restos mortais estão sepultados, Maria Quitéria foi sepultada no local em 21 de agosto de 1853, aos 56 anos. Ela morreu após ser vítima de uma inflamação no fígado.

Maria Felipa

Maria Felipa ficou na história da Bahia porque comandou cerca de 40 mulheres na luta pela independência do Brasil no estado. Baiana, negra, natural da Ilha de Itaparica, segundo relatos históricos, o grupo liderado por ela foi responsável por queimar 42 embarcações portuguesas.

Além disso, há também sobre o a lenda da surra de cansanção (vegetal que provoca urtiga e sensação de queimadura ao toque com a pele) que Maria Felipa teria dado em homens portugueses.

Sobre Maria Felipa, historiadores apontam que existem relatos de que seus restos mortais estejam na Igreja do São Lourenço, na Ilha de Itaparica. Ela morreu no dia 4 de julho de 1873.

Joana Angélica

A abadessa Joana Angélica foi mártir na luta pela independência do Brasil na Bahia. Ela se destacou pela bravura e coragem ao enfrentar tropas portuguesas dispostas a invadir o Convento da Lapa, localizado no centro da cidade de Salvador.

O Convento foi construído em 1744 e o local também pode ser visitado. Soteropolitana, Joana Angélica de Jesus nasceu em Salvador no ano de 1761 e morreu em 1822, assassinada pelas tropas portuguesas quando tentava proteger o local.

Ao lado da porta onde Joana Angélica foi morta, uma placa do Instituto Geográfico da Bahia foi instalado em homenagem a ela. No entanto, com uma falha, apesar de exaltar a abadessa com uma heroína, a data do confronto está errada, 20 de fevereiro de 1822.

Catarina Paraguaçu, a figura da Cabocla

A cabocla, junto com o caboclo, é um dos principais símbolos da Independência do Brasil na Bahia. Também é um dos ícones da participação popular nas lutas.

A imagem da cabocla, representa a índia Catarina Paraguaçu e a figura feminina nas lutas pela independência. Ela surgiu em 1840 ou 1849 (há controvérsias quanto à data precisa), quase 20 depois do caboclo, que representa os índios e mestiços baianos, e foi esculpido por Manoel Inácio da Costa.

A cabocla e o caboclo são abrigados no pavilhão Dois de Julho, no Largo da Lapinha. Durante todo o ano, os carros saem do pavilhão com as imagens do caboclo e da cabocla, em direção ao Campo Grande, centro da cidade.

Redação PNB

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