Defesa Civil se manifesta sobre reclamações de desabastecimento de água da Operação Carro Pipa, em comunidades da zona rural

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Em resposta aos moradores da Fazenda Panelas, no Junco/Salitre, zona rural de Juazeiro, que relataram ao PNB que estão sofrendo com a falta de água potável por conta da interrupção do abastecimento feito pelos carros pipa que atendiam a comunidade, o coordenador da Defesa Civil de Juazeiro justificou que o problema “ainda é reflexo da alta dos combustíveis, que ocasionou na saída dos pipeiros do Exército”.

De acordo com o morador Henrique Silva, que procurou o PNB, “mais de 30 famílias da comunidade estão há mais de três meses sem receber água”.

O coordenador da Defesa Civil, Ramiro Cordeiro, responsável pela distribuição dos carros pipa, informou que “metade do contingente da Operação Pipa do Governo Federal saiu porque não estava sendo viável para os pipeiros trabalharem na operação, já que o combustível quase que dobrou de preço e o reajuste dado pelo Governo Federal foi irrisório. Essas áreas aí eram atendidas pelo Exército Brasileiro. A estrutura que a gente tem da prefeitura já atendia as comunidades que não eram abastecidas pelo Exército”, contou.

Cordeiro disse também que a Prefeitura de Juazeiro está “buscando solução junto ao Governo Federal”.

“Estamos tentando viabilizar uma fala, mandar documentação também para o Ministério da Integração que é responsável pela Operação Pipa, para poder sensibilizar sobre essa situação que nós aqui em Juazeiro estamos passando. Houve uma redução do preço da gasolina, do diesel, mas hoje, curiosamente, o diesel está mais caro do que a gasolina. Mas a prefeitura está estudando uma forma de ajudar essas famílias. Hoje a gente está mandando água também para esse pessoal, mas em uma capacidade muito baixa, porque a estrutura que a gente tem, não dá para atender a todo mundo”, prometeu o coordenador.

Ele reconheceu também que outras comunidades estão passando pelo mesmo problema.

“Esse impacto ai não é só no Salitre, mas também em Juremal, Abóbora, Pinhões, Maniçoba e Itamotinga. Todos os distritos de Juazeiro foram afetados por conta da alta dos combustíveis e do não reajuste do contrato dos pipeiros”, finalizou Ramiro Cordeiro.

Reclamações

Moradores de comunidades da zona rural de Juazeiro, no Norte da Bahia, continuam sofrendo com a falta de acesso a água potável por conta da interrupção do abastecimento feito pelos carros pipa do Exército. Desta vez, o PNB foi procurado por Henrique Silva, que reside na Fazenda Panelas, no Junco/Salitre.

De acordo com ele, mais de 30 família da comunidade estão há mais de três meses sem receber água.

“Já chegamos na situação de pegar o dinheiro que seria para comprar alimentos, e compramos água para não ficarmos com sede. A situação está preocupante, pois somos da área do alto Salitre, região onde o rio já não tem água todos os períodos do ano. Além disso, hoje a carrada do carro pipa já passa de 300 reais”, declarou Henrique.

Ele pede ainda providências do poder público.

“A comunidade pede previdência e quer respostas sobre o porquê estamos passando por essa situação. A água para consumo humano é um direito para todos. Pedimos que esse problema seja resolvido para que possamos sair dessa situação delicada e preocupante”, acrescentou.

No último dia 14, um morador da comunidade de Angico, Lagoa do Boi, zona rural de Juazeiro, em contato com o Portal Preto No Branco reivindicou o acesso a água, que segundo ele, também está faltando na comunidade. Ainda de acordo com o morador, as famílias de Angico vinham sendo abastecidas pelos carros pipa do Exército, mas o fornecimento foi interrompido.

Sem água, os moradores estão passando por muitas dificuldades e tendo que comprar o produto.

“A água na nossa comunidade vem de cisternas e os pipas do Exército não estão botando água, não sabemos o motivo. A gente está precisando de água, pois estamos comprando e aqui um pipa sai por 250, 270 reais. Aqui ninguém tem condição de comprar 2,3 carradas de água por mês não. Precisamos que o poder público ajude a gente. Algum problema está existindo, ou a prefeitura não fez o repasse para os pipeiros ou o Exército não está fazendo sua obrigação”, ressaltou.

Ele disse ainda que muitos moradores não têm recursos para comprar a água e a situação está afetando o orçamento das famílias, que já passam por dificuldades financeiras.

“Tem idoso tirando da aposentadoria, e deixando de comprar o remédio pra comprar água. Outras pessoas, tiram da feira e assim, tirando do próprio bolso, está muito difícil para nós moradores. Água é um direito, ou não é?”, questionou o morador.

O morador questionou o SAAE sobre o abastecimento de água na comunidade que é a única na região da Lagoa do Boi, atendida por cisternas, segundo ele.

“As outras localidades ao redor do Angico, todas tem água do SAAE. Só nossa comunidade é que vive de cisternas, e logo aqui que a prefeita teve muitos votos. A gente precisa é do abastecimento de água pelo SAAE, seja com uma adutora, mas que este problema seja resolvido definitivamente”, reivindicou.

Na ocasião, procurada pelo PNB, a Defesa Civil do Município disse que grande parte dos pipeiros que prestavam serviço ao município de Juazeiro “abandonaram” a operação, devido a alta no preço no óleo diesel. Com isso, dos 21 prestadores do serviço, apenas 13 continuam atuando, o que causou o desabastecimento na zona rural.

“Infelizmente a alta dos combustíveis, trouxe uma série de prejuízo para os nosso distritos, no que se refere ao abastecimento de água através dos pipas. O diesel quase que dobrou de preço e o reajuste nos contratos foi irrisório, levando os pipeiros a abandonarem a operação. Dos 21 pipeiros que tínhamos na operação pipa, restaram apenas 13, trazendo um desabastecimento imenso para a população. O município conta com 5 pipas que já entrega água nas regiões que não eram atendidas pela operação do governo federal e o nosso efetivo não foi aumentado, pois o custo é elevado para a administração municipal, tanto que em todo o país o governo tem esse programa para não asfixiar as prefeituras”, informou o coordenador Ramiro Cordeiro.

 

Redação PNB foto ilustrativa 

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