Caso Deliane: ao PNB, sogra afirma que, após manifestação, prefeitura vem ajudando a família da mulher vítima de um suposto erro médico, em Juazeiro

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O PNB segue acompanhando o caso de Deliane Feitosa da Silva, de 31 anos, que teve os órgãos perfurados durante um procedimento médico de curetagem, realizado no último dia 11 de junho, no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no Norte da Bahia.

Nesta quarta-feira (04), a sogra da paciente, Lindinalva Simplicio da Silva, falou à nossa equipe sobre o estado de saúde da nora. De acordo com ela, Deliane segue internada no Hospital Regional de Juazeiro, em estado grave.

“Hoje Deliane ainda se encontra no Hospital Regional, para onde foi transferida no dia 13 de junho e já passou por seis cirurgias. Infelizmente ela segue em estado grave. Ela já teve momentos de melhora e depois voltou a piorar novamente. Está na mão de Deus. Vamos continuar em oração”, pediu Lindalva.

A sogra da paciente também esclareceu que apesar de tardia, a gestão municipal vem prestando assistência a família de Deliane, que é mãe de cinco filhos.

“A gente fez uma manifestação em frente a maternidade e a partir daquele dia, uma equipe da prefeitura me chamou, falou que até poucos dias não estavam sabendo da situação e sugeriram uma transferência para a capital. Mas o médico que está cuidando de Deliane falou que não tinha condições e a gente achou que não era o momento da transferência. Se não o foi feita no início, não será feita agora para não colocá-la em um risco maior. Além disso, após a manifestação e a repercussão do caso,  a gestão vem nos perguntando se estamos precisando de alguma coisa. Eles também nos entregaram uma cesta com muitos lanches para as crianças. Estávamos também com dificuldade de pagar uma conta de energia que foi negociada e esse pagamento foi feito pela prefeitura. Então, eu não posso dizer que não estão ajudando. A prefeita também disse que está à disposição no que precisar. Gostaria de pedir agora que a gestão também vá na casa da mãe da Deliane. E quero agradecer as pessoas que se comoveram e nos ajudaram com suas doações, antes mesmo da assistência da prefeitura”, declarou.

Lindinalva finalizou dizendo que aguarda agora por justiça para o caso.

“Se houve erro, a culpada precisa pagar. Por isso gostaríamos de cobrar providências ao Ministério Público. Queremos que o Conselho Regional de Medicina também apure este caso”.

Na última sexta-feira (29), a gestão municipal de Juazeiro decidiu afastar a profissional acusada do suposto erro médico. A prefeitura informou que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos que envolvem o atendimento da gestante.

Veja a nota na íntegra

A Prefeitura de Juazeiro vem a público, mais uma vez, para reforçar que mantém total transparência em suas ações e comunica o afastamento da profissional que realizou o atendimento da paciente Deliane Feitosa, de 31 anos, gestante que teve complicações de saúde após realizar um procedimento na Maternidade Municipal. Ela segue internada em um hospital da cidade e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) acompanha tudo de perto.

A gestão municipal, sensível com a causa, esclarece que continua dando total assistência para a paciente e sua família, ao mesmo tempo lamenta o ocorrido. Foi aberta uma sindicância para apurar os fatos que envolvem o atendimento da gestante.

A atual gestão tem reforçado a atenção e investindo em melhorias dos profissionais da área de saúde, seja através de capacitações, treinamentos e qualificações, etc. O objetivo é melhorar os níveis de satisfação, garantindo atendimento de qualidade em todos os segmentos e reforçar o compromisso com a saúde das pessoas, prestando um atendimento diferenciado e humanizado, como deve ser (Ascom PMJ)

Entenda o caso

O PNB vem acompanhando desde a semana passada o drama vivido por Deliane Feitosa da Silva, de 31 anos, que continua internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Juazeiro, no Norte da Bahia, em estado grave. Ela teve o útero e o intestino grosso perfurados durante um procedimento de curetagem realizado no dia 11 de junho, no Hospital Materno Infantil do município.

Nesta sexta-feira (29), nós tivemos acesso, com exclusividade, aos áudios enviados por Deliane aos familiares após o erro que teria sido cometido pela médica obstetra Jamilla Menezes.

Nas gravações, a paciente diz que a profissional informou que havia feito “um pequeno furo” no útero dela. Deliane disse ainda que chegou a questionar a médica se iria morrer.

“Na sexta-feira eu fiz o ultrassom e estava com 13 semanas e um dia, mas só tinha o saco gestacional, sem embrião nenhum. Só tinha o líquido amniótico. A médica que fez a minha curetagem me ‘futucou’, e eu fiquei sentindo dor enquanto ela fazia as ‘coisas’, mesmo com anestesia. Ela disse que perfurou meu útero e falou: ‘Ah, eu não tenho mais nem coragem de fazer curetagem em você’, e eu disse: ‘não mulher, não vai mais fazer curetagem em mim não. Pelo amor de Deus. Esse buraco que você fez, eu vou morrer?’, e ela disse: ‘não, você só vai sentir dor. Não vai morrer não. Você vai continuar menstruando e eu vou ficar só observando para vê”. Eu vou perguntar o nome dela. Ela veio para fazer a ultrassom e foi ela que fez todo o procedimento. Ela disse que não foi um furo, foi um pequeno furo no útero que ela fez no momento do procedimento. Ela disse que meu útero é muito ruim de fazer a curetagem, que é torto e deu muito trabalho para limpar”, contou Deliane.

Nos áudios, a paciente reclama ainda de falta de assistência médica no HMI de Juazeiro.

“Se ela não me liberar, eu não vou ficar aqui não. Eu não aguento ficar aqui não. Eu estou no sofrimento neste lugar aqui. Eu já fiz hoje a ultrassom. Ela me levou para fazer ultrassom e disse que meu útero é virado, é torto, virado para trás. Um negócio esquisito. Ela disse que não sabe como eu pari 5 filhos com um útero desse jeito,virado. Aí ela disse que vai só me observar hoje, para dar 24 horas que ela fez o procedimento, para amanhã me liberar. Mas se ela não me liberar, eu vou me liberar. Eu não aguento mais ficar aqui. Eu ‘tô’ sentindo umas cólicas fortes e ninguém me dá remédio. Eu ‘tô’ só vomitando e ninguém quer me dá remédio, só se o médico passar. Sai, fora. Aqui é hospital de cachorro”.

Redação PNB

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