Em contato com o PNB, o morador do bairro Alto da Maravilha, em Juazeiro, Severino Alves, relatou a angústia que vem vivendo nos últimos dias, após o aparecimento de sintomas da leishmaniose, popularmente chamada de Calazar, em seu cão de estimação.
Ele conta que adotou o animal, que vivia pelas ruas do bairro, há dois meses. Tratou o animal que estava com carrapatos e adotou outros cuidados, mas há uma semana, percebeu umas manchas no cão e suspeitou da doença, causada por parasitas do gênero Leishmania.
“Preocupado com a saúde do animal e também da minha família, eu comuniquei ao Setor de Endemias da Secretaria de Saúde e uma equipe foi na minha casa e colheu o material do animal. Eles disseram que, no teste rápido não tinha dado positivo para a leishmaniose, mas precisariam comprovar com outro exame que é feito em Salvador, e que o resultado chegaria com até 45 dias”, disse o tutor.
Severino conta ainda que, preocupado com o estado de saúde do animal e o risco para a saúde pública, fez o exame em uma clínica particular e a leishmaniose foi constatada.
“Com o exame que deu positivo para a leishmaniose, em mão, eu fui hoje, dia 11, até a Secretaria de Saúde, no setor de Zoonoses, em busca de ajuda e pedi para realizarem a eutanásia, mas eles disseram que tinham que aguardar o exame, pois era isso que dizia o protocolo do Ministério da Saúde. Então, eu solicitei que até lá eles recolhesse o animal no canil municipal, mas me disseram que também não podiam, pois o meu cão poderia ser infectado por outros que já estão lá com a doença. Me mandaram aguardar em casa até que o exame chegue, daqui há 45 dias. Estou aflito com esta situação, pois tenho vizinhos que também tem seus animais e também tenho minha família que corre risco de ser picada pelo mosquito transmissor da doença. O veterinário que atendeu o meu animal disse que a eutanásia seria o ideal, pois é muito perigoso para todos que vivem em casa e até para os vizinhos. Este procedimento custa caro e eu não tenho como arcar. Não sei o que fazer e estou me sentindo impotente e desamparado pelas autoridades sanitárias”, relatou Severino.
Ele questionou o protocolo que a gestão municipal de saúde aplica para estes casos e criticou o atendimento do órgão.
Nenhuma alternativa me deram, só me deram não. Me senti impotente e muito indignado. Agora eu pergunto: como o canil municipal funciona? Não fazem lá nenhuma barreira sanitária? Neste protocolo não consta nem o uso de coleira repelente para os animais infectados? Não há isolamento dos infectados? O canil de Juazeiro é um depósito de animais, sem nenhum cuidado e assistência adequada?”, questionou.
Sem saber o que fazer, Severino Alves finalizou: ” Isso é uma questão de saúde pública. As ruas de Juazeiro estão lotadas de cães errantes com a doença e não se ver nenhum ação da prefeitura que assista este animais e a população. Uma perversidade. Que saúde pública é esta que estão prestando à população? Quer dizer que tenho que ficar 45 dias com o animal infectado em casa? Até que chegue este exame? Eles não podem nem receber o animal no canil público? Não existe, em Juazeiro, politicas para o animais? O Ministério Público precisa fiscalizar esta situação”, concluiu o tutor.
Estamos encaminhando a reclamação de Severino Alves para a Secretaria de Saúde de Juazeiro e também para o Ministério Público.
Leishmaniose
Comum em animais, a leishmaniose também afeta aos seres humanos podendo se manifestar em dois tipos: a leishmaniose visceral e a leishmaniose tegumentar americana. Ambos são transmitidos pelo mosquito palha. Se não for tratada, a doença pode ocasionar sequelas graves e, em alguns casos, levar à morte.
Redação PNB
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