Evangélicos bolsonaristas que viajaram a Brasília para participar do ato antidemocrático do dia 8 de janeiro relataram, em depoimentos prestados à Polícia Federal, qual foi a participaçao de suas igrejas, em diversos estados do país, nos atos golpistas.
As revelações foram realizadas por levantamento do Uol com depoimentos que também estão nas mãos do ministro do STF, Alexandre Moraes. Os extremistas afirmaram que as igrejas bancaram ônibus e organizaram caravanas para o evento.
Os depoentes, entretanto, evitaram fornecer detalhes sobre esses financiadores.
Moradora de Sinop (MT), Sirlei Siqueira afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”, mas não deu detalhes sobre o financiador. Também morador de Sinop, Jamil Vanderlino afirmou ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”.
Questionado sobre os detalhes, ele se recusou a responder às perguntas da Polícia Federal. “Fará uso de seu direito de permanecer calado”, registra o documento. Procurada, a Igreja Presbiteriana Renovada de Sinop disse que os pastores não participaram do ato do dia 8 de janeiro e afirmou desconhecer quem teria organizado a excursão.
Em um dos depoimentos, um aposentado de Uberlândia (MG) relatou ter recebido a oferta de um pastor quando participava de manifestação em um batalhão do Exército naquela cidade, mas afirmou não se lembrar de quem era o financiador nem deu detalhes sobre a denominação religiosa à qual pertenceria.
“Informa que teria conversado com um pastor, que não se recorda o nome, que teria conhecido próximo ao Quartel em Uberlândia, e ele informou que o interrogado poderia ir no ônibus de graça para Brasília”, disse Edinilson Felizardo da Silva, em trecho do depoimento. Questionado, ele respondeu que o pastor não lhe ofereceu nenhuma outra vantagem financeira para a viagem, além da passagem.
O ato antidemocrático resultou na depredação das sedes dos Três Poderes e na prisão de mais de 1.800 pessoas, que participaram do quebra-quebra ou que estavam acampadas no quartel-general do Exército, em Brasília. Nas últimas semanas, o ministro Alexandre de Moraes proferiu decisões autorizando a soltura de aproximadamente 1.000 presos. Cerca de 400 permanecem detidos até o momento.
Bnews