“Não pegam na nossa mão”: No Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, mães pedem políticas públicas para população autista, em Juazeiro

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O 2 de abril foi estabelecido como o “Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo”, com o objetivo de difundir informações para a população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo autismo.

O Abril Azul nasceu com um apelo de conscientizar sobre a importância de falar de Autismo com a sociedade, quebrar estigmas e alertar para as públicas públicas de inclusão para esta população tão segregada.

A falta de atenção com esse público no município de Juazeiro é alvo de críticas de responsáveis, mães e pais de crianças e adolescentes com autismo da rede municipal de educação. Sem auxiliares nas salas de aula, os estudantes com TEA estão fora da escola.

” Venho aqui mais uma vez denunciar o descaso da prefeitura com nossos filhos, pois continuam sem auxiliares e impedidos de frequentar as aulas que já começaram há quase um mês, Pelo sistema educacional 30 dias de falta, a matrícula é cancelada. Quero saber se a prefeitura vai deixar isso acontecer? Ou se eles estão colocando presença em nossos filhos mesmo sem eles frequentarem? Isso é vergonhoso. Nossas crianças tratadas com total descaso e irresponsabilidade. Eu tenho 2 filhos um com TEA o outro tem TEA e TDAH. Eles vem as outras crianças indo pra escola e querem ir também. Não entendem que estão sendo excluídos e que isso irá prejudica-los demais durante o ano letivo. Ir a Seduc não adianta, pois não temos respostas. Será que teremos que acionar o Ministério Público para que nossos filhos deixem de serem lesados e prejudicados por esse desgoverno de Juazeiro?”, desabafou uma mãe.

Outra mãe de uma criança de 3 anos, diagnosticada com Transtorno de Espectro Autista e TDAH, reivindicou o direito do filho de ir à escola. Ela conta que, por falta de uma profissional auxiliar na Fundação Lar Feliz, a criança está sem frequentar as aulas.

“Este ano ele só foi pra aula uma semana. Já tem duas semanas que ele não vai pra escola por falta de auxiliar. A escola não tem como disponibilizar uma professora e aguada a Secretária de Educação de Juazeiro disponibilizar uma profissional auxiliar. Depois de duas semanas nada foi resolvido. Meu filho tem direito a aprender, a ir à escola. Isso é lei. Já é tão difícil lutar pelos direitos dele e o município ainda não ajuda”, lembrou a mãe.

No início do mês de março, após diversas reclamações de responsáveis por alunos com deficiência, matriculados em escolas municipais de Juazeiro, no Norte da Bahia, sobre a  falta de Auxiliares de Atendimento Educacional Especializado suficiente para atender toda a demanda, a Secretaria de Educação e Juventude informou ao PNB que tratava-se de “uma situação isolada”, e que já estava sendo sanada para garantir a oferta de AEE a partir do dia 7 de março.

Porém, após este prazo, outras mães entraram em contato com a nossa redação, afirmando que os filhos continuavam impossibilitadas de retornarem às salas de aula, tanto em escolas da sede quanto da zona rural do município.

Até o momento, a situação não foi resolvida e os alunos estão excluídos do ambiente escolar.

São muitas também as reclamações sobre o atendimento do Cerpris e do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (Caps IJ), que seriam responsáveis pelo acolhimento de pacientes com TEA. Faltam profissionais e estrutura para atender aos usuários.

“É um faz de conta. Não pegam na nossa mão. Dizem que assistem as pessoas com autismo, mas na realidade, essas pessoas, são excluídas e têm seus direitos violados.

TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por fragilidades no desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave.

Redação PNB/Foto ilustrativa

 

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