A maioria dos gestores não pensaram o movimento das cidades percebendo a cultura como prioridade em seus planos de governos. Sendo pensada de forma extraordinária, como cumprimento de agenda política, como dimensão simbólica.
Século XXI surge com mudanças na ordem geopolítica mundial, crises econômicas, guerras, pandemia, problema climático. A humanidade está sendo convocada a repensar atos equivocados, mudança de atitudes arcaicas.
Repensar a Bahia para os próximos anos em direção ao desenvolvimento e não ao crescimento econômico, exigirá corrigir “equívocos”! Um dos caminhos é repensar o modo operacional do fazer a política cultural dos municípios…”Em 2020, a economia da cultura e das indústrias criativas (ECIC) do Brasil movimentou R$ 230,14 bilhões, equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), dados observatório Itaú Cultural. O PIB da economia da cultura e das indústrias criativas supera, por exemplo, o índice da indústria automobilística que registrou valor de 2,1% no mesmo período.Em 2022 o setor gerou 308,7 mil novos postos de trabalho em comparação com 2021. Foram 7,4 milhões de empregos formais e informais no país, o que equivale a 7% do total dos trabalhadores da economia brasileira. Em 2020 existiam mais de 130 mil empresas de cultura e indústria criativas em atividade no país e a área foi responsável por 2,4% das exportações líquidas no país.” (Fonte Minc).
O desafio da Administração pública em gerir recursos públicos da cultura (qual orçamento previsto para o setor em 2023?), indutor da economia, gerar trabalho, renda, divisas para municípios requer inovação nos processos, dentre eles perceber a cultura com seu real valor: uma das áreas do conhecimento que favorecem o desenvolvimento regional (ativação das vantagens comparativas, competitivas e colaborativas de um determinado recorte geográfico com uma rede de interconexões sócias, econômicas, culturais, ambientais, políticas e empresariais).
A cultura a muito faz parte destas interconexões de fomento ao desenvolvimento, entretanto, bem como outras atividades econômicas, tais como turismo, arqueologia, riquezas naturais, mineral, gastronomia, outras, estão sendo desprezadas como vetores de desenvolvimento. Nestas últimas décadas não tem sido consideradas como possibilidades a promover e recuperar economias, se considerou apenas atração de grandes investimentos exógenos. Não que não seja estratégico também, mas quando desconsideramos a cadeia produtiva associada a cultura, não percebemos aumento de arrecadação tributária (ISS) das atividades econômicas associada a ECIC, da mesma forma com o turismo (cadeia produtiva associada ao turismo)! O que afirmo é que repensar os municípios para o futuro (onde queremos chegar), teremos que modificar atitudes de desvalorização: das nossas vocações, de nossas riquezas naturais, nosso patrimônio histórico, artístico e cultural, nossos valores vocacionados, pois não somente fortalecem memória mas também recupera economia local, gera oportunidades e aumenta arrecadação.
Concluindo, pergunto o que ainda falta aos gestores inovar a administração local, pensando a cultura como vetor de desenvolvimento, trazendo o setor ao seu local de valor.
Jomar Benvindo
Membro do CMC
Manifestações Culturais