Os banhistas que ainda insistem em frequentar a Ilha do Fogo, ponto turístico localizado entre os municípios de Juazeiro, Norte da Bahia, e Petrolina, no Sertão de Pernambuco, se deparam com um cenário de abandono.
“Eu amo esse lugar, mas atualmente saio deprimido daqui por ver tanta sujeira e abandono. Saio também com a sensação de que os gestores não têm nenhuma noção da riqueza material e imaterial deste patrimônio. Como são medíocres e insensíveis!” opinou o esportista de Juazeiro, João M. Alves.
A completa falta de estrutura e ausência do poder público, inclusive, na realização dos serviço de coleta de lixo, afastaram os frequentadores da ilha. Alguns grupos e praticantes de atividade física ainda utilizam o espaço logo cedo da manhã e no final da tarde. Turistas são raríssimos, ainda bem. E os que gostam de contemplar o cenário, banhar-se nas águas do Velho Chico ou fazer um piquenique com a família ficam a cada dia menos presentes.
Nós finais de semana, o movimento aumenta.
Ocupada por quem busca um espaço de lazer, e por barraqueiros que exploram o lugar para ganhar o sustento, a Ilha do Fogo está a deriva. O cartão postal está cercado de lixo e mato por todos os lados.
Um vídeo gravado pelo frequentador do espaço Tiago Sena e divulgado pela página do Instagram @jua100milgraus evidencia a falta da realização dos serviços do públicos de limpeza e capina no local.
Uma casa sem dono e sem comando, onde a bagunça tomou conta. O Exército invadiu, fechou o local, por alguns anos, bateu a cancela, deixando a ilha pior do que a encontrou.
Petrolina dos impossíveis não deve enxergar nenhuma possibilidade na ilha. Juazeiro pouco está se lixando e, sob os olhos das duas cidades, o cartão postal virou o retrato fiel do descaso.
Mas e a ilha, a quem pertence, afinal? De quem é a obrigação de cuidar dela, além dos seus contempladores e dos comerciantes do local?
O PNB procurou a Secretaria de Infraestrutura, Mobilidade e Serviços Públicos (SEINFRA), de Petrolina, que esteve responsável pela limpeza da ilha entre os anos de 2016 e 2019.
O órgão informou que a responsabilidade pela Ilha do Fogo voltou a ser da Prefeitura de Juazeiro.
Procuramos, então, a Secretaria de Serviços Públicos de Juazeiro. A desculpa do órgão foi que “o município não recebeu a Ilha do Fogo de maneira oficial, ou seja, não há nenhuma documentação passando a responsabilidade para o município”. Por aí se tira a falta de interesse da gestão pública, o desdém, o pouco caso com o patrimônio cultural de Juazeiro.
Aguardando sentado pela burocracia, o órgão declarou que “mesmo sem a responsabilidade oficial passada ao município, o SAAE realizou vários serviços de limpeza na ilha, os quais passarão a ser realizados pelas as equipes de agentes de limpeza da Secretaria de Serviços Públicos (SESP)”.
Pois que se adiante, na limpeza e na formalização da responsabilidade. É uma questão de respeito a este lugar e ao povo juazeirense.
Redação PNB, por Sibelle Fonseca