Nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) variou positivamente pela primeira vez em 2024. O percentual dos que consideram a gestão do petista positiva passou de 33% para 36% em relação a maio, enquanto as percepções negativas sobre o governo recuaram de 33% para 30% no período. Já o grupo que classifica o governo como “regular” foi de 31% para 30%.
O levantamento mostra também que a aprovação do trabalho de Lula voltou para a marca de 54%, registrada pela última vez em dezembro, ante 50% da pesquisa anterior. É o maior patamar de 2024. Já a desaprovação passou de 47% há dois meses para os atuais 43%.
A variação positiva na percepção sobre o governo Lula foi puxada pela parcela da população que ganha até dois salários mínimos e pela faixa que têm entre 35 e 59 anos de idade. No grupo com menor renda, a aprovação do presidente subiu de 62% para 69%, enquanto a reprovação recuou de 35% para 26%. Já no recorte por faixa etária, 56% aprovam o trabalho de Lula (eram 50%) e 41% desaprovam (eram 48%).
Aprovação do governo Lula entre quem tem renda de até 2 salários mínimos
A aprovação do presidente oscilou positivamente de 54% para 57% entre as mulheres, estrato em que a reprovação recuou de 44% para 39%. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou que a diferença entre aprovação e desaprovação na população feminina chegou a 18 pontos percentuais. Entre os homens, a diferença é de apenas 3 pontos (50% de aprovação contra 47% de reprovação).
Aprovação do trabalho que o presidente Lula está fazendo entre mulheres
Movimento semelhante foi observado na região Sudeste do país, onde a desaprovação de Lula foi de 55% para 48%, enquanto a aprovação passou de 42% para 48% no período. Entre os evangélicos, segmento que apoiou em sua maioria Jair Bolsonaro (PL) em 2022 e no qual Lula tenta uma aproximação, a desaprovação também recuou: de 58% para 52%, na comparação com maio deste ano.
Percepção sobre a economia
O levantamento traz, por outro lado, sinalizações ainda negativas para o governo na área econômica. A situação neste setor piorou, nos últimos 12 meses, para 36% dos entrevistados, melhorou para 28% e permaneceu do mesmo jeito para 32%. Houve apenas variações dentro da margem de erro na comparação com o resultado da pesquisa passada. Questionados sobre o poder de compra, 63% responderam que ele diminuiu no mesmo período, enquanto 21% disseram que aumentou e 14% afirmaram que ficou igual.
Para 70%, houve alta nos preços dos alimentos no último mês. São 61% os que observaram crescimento no valor das contas de luz e água e 44% os que apontam alta dos combustíveis. Embora a taxa de desemprego tenha atingido em maio o menor nível para o período desde 2014, conseguir um emprego está mais difícil hoje do que há um ano para 52% e mais fácil para 36%, enquanto 7% acreditam que a dificuldade está igual.
Mais da metade (52%) da população, no entanto, tem a expectativa de melhora da economia nos próximos 12 meses, contra 27% que esperam piora e 18% que não acreditam em mudança no panorama econômico. A pesquisa mostra também que os principais problemas do país hoje na visão dos brasileiros são:
- Economia – 21%
- Violência – 19%
- Questões sociais – 18%
- Saúde – 15%
- Corrupção – 12%
- Educação – 8%
Críticas ao Banco Central
O levantamento Genial/Quaest perguntou se os ouvidos na pesquisa souberam de entrevistas recentes do petista a rádios. Foram 41% os que responderam que sim, enquanto 59% não souberam de entrevistas recentes.
A pesquisa mostra que a ampla maioria dos brasileiros concorda com as opiniões de Lula. Para 90% dos entrevistados, por exemplo, o salário deve ser aumentado todo ano acima da inflação. A maior parte dos entrevistados também acredita que os juros no Brasil são muito altos (87%), que carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ter isenção de imposto (84%) e que o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres (67%).
https://oglobo.globo.com/blogs/pulso/post/2024/07/pesquisa-genialquaest-aprovacao-do-governo-lula-atinge-melhor-resultado-do-ano-e-se-descola-da-reprovacao.ghtml
O Globo