Responsáveis por alunos continuam bastante indignados com os transtornos causados pela mudança de horário na Escola Municipal Judite Leal Costa, em Juazeiro, na região Norte da Bahia, devido a uma reforma iniciada pouco antes do início do recesso do meio do ano. Por conta da obra, as aulas estão iniciando às 10h30 e finalizando às 12h30.
Nesta terça-feira (06), Misael Santos, pai de uma aluna, contou que, devido à mudança no horário das aulas, precisou contratar um serviço de mototáxi para levar a filha para a escola e hoje a criança de 11 anos acabou sofrendo um acidente de trânsito.
“Desde que mudaram o horário, eu não estou podendo levar a minha filha para a escola de carro, como sempre fiz, pois às 10h estou no trabalho e não tenho como sair. Como alternativa, para minha filha não ficar sem assistir à aula, contratei o serviço de um mototáxi para levá-la à escola. Mas hoje, um carro acabou fechando a moto e a minha filha acabou se machucando. Vejam onde chegam os resultados da irresponsabilidade dessa gestão. Algo pior poderia ter acontecido. Sei que acidente acontece com qualquer pessoa, mas minha filha estaria mais segura sendo levada de carro comigo. Mas a verdade é que a gestão não está nem aí, só pensa em reeleição”, criticou o pai da aluna.
Misael cobrou ainda agilidade na conclusão da reforma da escola, para que os horários das aulas voltem ao normal o mais breve possível.
“Na semana passada, a gestão da escola informou que o horário das aulas voltaria ao normal no início de agosto, mas até agora nada. Essa é uma reforma boca-de-urna, porque a gestão teve quatro anos para fazer essa reforma e deixou para fazer agora, nos 45 do segundo tempo. Isso é uma vergonha. O juazeiro não merece o que está passando. Queremos que finalizem essa reforma, para que as aulas voltem ao normal. Não aguentamos mais”, desabafou.
Encaminhamos a reclamação para a Secretaria de Educação e Juventude de Juazeiro e aguardamos uma resposta.
Relembre
No dia 10 de julho, o pai da aluna já havia reclamado da situação.
“Minha filha estuda no Judite Leal Costa. A prefeitura inventou uma reforma pouco antes do recesso de São João. O horário já tinha sido alterado antes do recesso por conta da reforma e os alunos estavam estudando só um pedaço do horário. Aí, quando é agora, na volta do recesso, informaram que os alunos vão entrar 10 horas da manhã e sair 12 e meia. Eu tenho duas filhas que estudam. Uma em outra instituição e a outra no Judite. Com esta medida da Secretaria de Educação de Juazeiro, a vida dos pais de alunos vai virar uma confusão. Veja o meu caso: Terei que deixar uma 7 e meia e a outra 10 horas, aí tenho que pegar uma 11h30 e depois tenho que pegar a outra 12h30. Eu trabalho, a mãe trabalha, moramos na Piranga I, um trajeto distante. Como é que eu vou trabalhar? Como os outros pais vão trabalhar? Quem mora mais longe como fica? Isso é um absurdo”! protestou o pai na ocasião.
Na época ele acrescentou ainda ao seu relato uma sugestão e criticou a medida da gestão escolar.
“Está sujeito minha filha perder o ano, porque eu não vou ter condições de levar e buscar as duas em horários diferentes, porque tenho que trabalhar, assim como tantos outros pais e mães. Vou ter que escolher entre trabalhar ou levar a menina na escola? Uma manhã todinha pra levar duas crianças para a escola? Se não terminou a obra, tinha que alugar um outro local, pois aqui não tem ninguém desocupado, não. Eles estão de brincadeira! Fazem as reformas sem planejamento, na boca da urna. Paulo VI está lá parado. Outro absurdo. Como é que pode essa gestão não ter um pingo de respeito pelos cidadãos? É uma coisa fora de sério. Como a gente vai trabalhar? Pra dar comida aos filhos, se não dá tempo de trabalhar para acatar os horários deles?”, protestou, indignado, Misael Santos.
Na época, procurada pelo Preto no Branco, a Secretaria de Educação de Juazeiro informou que a reforma citada estava sendo realizada por um curto período e que, mesmo a Seduc tendo buscado outro local para realocar os estudantes, não encontrou um espaço que comportasse durante os poucos dias. A Seduc reiterou que estava comprometida em garantir o acesso dos alunos à educação de qualidade.
Redação PNB