O jogo foi difícil, mas Ana Patrícia e Duda não se amedrontaram. Depois de virar sobre as canadenses Brandie e Melissa no primeiro set, as brasileiras acabaram se desestruturando na segunda parcial, mas voltaram entrosadas no tie-break e conquistaram o ouro olímpico, com a vitória por 2 sets a 1 sobre as adversárias, com parciais de 26/24, 12/21 e 15/10. A dupla quebrou um jejum de 28 anos de ouro para o vôlei de praia feminino do Brasil.
As canadenses entraram em quadra confiantes, mostrando maior volume de jogo. Sem deixar a bola cair, Melissa e Brandie abriram seis pontos de vantagem: 8 a 2. Duda e Ana Patrícia cometeram alguns erros importantes, mas surpreenderam as adversárias quando conseguiram se acertar em quadra. Ana chegou a salvar uma bola com a cabeça, até a virada chegar em 18 a 17. O set se estendeu bastante, disputado ponto a ponto. A vitória veio com uma demonstração de talento de Duda, que passou de manchete e surpreendeu as adversárias em 26 a 24.
No tie-break, as brasileiras precisaram trabalhar o mental e lembrar do porquê de serem consideradas a dupla número 1 do mundo. Foi exatamente o que fizeram. Ignorando completamente a derrota pesada da parcial anterior, abriram três pontos de vantagem logo no início: 5 a 2. A partir daí, tiveram paciência para administrar o restante do jogo. Foi a vez das canadenses se abalarem e reclamarem com o árbitro sobre o olhar de Ana. O dj entrou na história e, sabiamente, tocou “Imagine” de John Lennon, para acalmar os ânimos. As jogadoras acabaram rindo com a situação e o clima melhorou em quadra. Sem se abalar, a dupla seguiu rumo à vitória. Ana Patrícia fez o ponto do ouro e encerraram um jejum de 28 anos para o vôlei de praia feminino do Brasil, em 15 a 10.
Fim de 28 anos de jejum
Ana Patrícia e Duda se tornaram campeãs olímpicas do vôlei de praia feminino do Brasil nesta sexta-feira. Mas, acima disto, a dupla resgatou a memória do ouro brasileiro nas Olimpíadas. A única vez em que o Brasil havia conquistado o topo do pódio na história até hoje tinha sido em Atlanta 1996, na estreia da modalidade, quando Jaqueline Silva e Sandra Pires venceram as compatriotas Mônica Rodrigues e Adriana Samuel, que ficaram com a prata.
GE