A justiça manteve a prisão preventiva do influenciador digital e rifeiro Josemário Lins, popularmente conhecido como Josemário CD’s, após audiência de custódia que aconteceu nesta sexta-feira (06), em Juazeiro, na região Norte da Bahia. Ele foi preso nessa quinta-feira (05) durante a operação “Falsas Promessas” deflagrada pela Polícia Civil com o objetivo de desarticular grupo suspeito de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, por meio de jogos de azar.
Após a audiência de custódia, Josemario foi encaminhado para o Conjunto Penal de Juazeiro.
Segundo a investigação, que ocorre há cerca de um ano, o esquema ilícito movimentou mais de meio bilhão de reais, oriundos do tráfico de drogas. Com os alvos em Salvador foram apreendidos dezenas de veículos de luxo, relógios, armas de fogo, munições, celulares, roupas de grife, além de dinheiro em espécie. Alguns dos carros apreendidos são considerados de alto padrão, como Ford Ranger, duas Ford Eco Sport, Toyota Hillux e Land Rover Range Rover.
Apreensão em Juazeiro
Em Juazeiro a PC também aprendeu, com Josemário Lins, 1 lancha, 1 caminhão cegonha, 1 caminhão reboque e 09 veículos. segundo a corporação. Nas redes sociais, o influenciador, que tem mais 700 mil seguidores, se apresenta como empreendedor e realiza sorteios de carros, motocicletas, valores em dinheiro e até casas através do perfil “Prêmios do Vale”, por meio de venda de bilhetes no valor de apenas 0,40 centavos cada.
Nas redes sociais, o perfil oficial da Prêmios do Vale declarou que confia plenamente na justiça e que todos os fatos serão devidamente esclarecidos ao longo do processo da operação deflagrada ontem.
Associação entre os blogueiros e uma facção criminosa
Em entrevista à imprensa, a delegada-geral Heloísa Brito explicou a associação entre os blogueiros e uma facção criminosa, e como os mesmos faziam o uso do dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
“O tráfico de drogas contratava essas pessoas que faziam esses sorteios, faziam essas rifas, arrecadavam uma parte do dinheiro, mas muito desse dinheiro já era do tráfico. A partir daí, ele fazia o sorteio, esses influencers adquiriam bens, muitos carros ou joias, e limpava esse dinheiro, que passava a ser lícito. Comprava no mercado e depois poderia devolver para o tráfico de drogas. Era uma forma de legalizar”, detalhou.
A delegada acrescentou ainda que “Elas recebiam e era notório, pois pessoas com renda de 3 a 4 mil reais, elas movimentavam mais de 1 milhão de reais por ano, o que foi visto através de relatórios financeiros, e óbvio que ela ficava com o percentual, que dependia de cada acerto pessoal, mas que podia ser visto através das redes sociais com a exibição de casas de grande valor, carros, joias […] A grande maioria dos prêmios eram pagos, mas o valor que arrecadava era muito maior do declarado, que era a forma da entrada do dinheiro. Faziam questão de pagar os prêmios para ter a credibilidade das pessoas. Em nossas investigações, mostra o enriquecimento enorme dessas pessoas e faziam nos próprios CPFs”.
Redação PNB