O número de mortes de homens por câncer de próstata chegou a 1.144 até agosto deste ano, conforme informações da Secretaria estadual da Saúde (Sesab). Em 2023, a doença vitimou 1.588 homens no estado. Ainda conforme o órgão estadual, 3.103 foram internados em virtude da doença, no ano passado, e 2.122 até 30 de outubro de 2024. Já no país, esse número passa a ser de 17 mil, o que representa uma média de 47 por dia. Esse cenário alerta para a importância da realização periódica de exames e consulta com o especialista a fim de prevenir e detectar a enfermidade em estágio inicial, assim como outras doenças que atingem o público masculino.
“O Novembro Azul tem como objetivo alertar sobre a necessidade de cuidados preventivos, especialmente relacionados ao câncer de próstata, que é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, depois do de pele não melanoma. Além disso, a campanha visa quebrar o preconceito que muitos homens ainda têm em relação a exames de rotina, como o toque retal, e estimular uma atitude mais proativa com a saúde como um todo”, destaca Pedro Pina, médico da Família e Comunidade da Amparo, empresa que integra o ecossistema do Grupo Sabin.
O especialista pontua que a saúde da população masculina não se resume apenas ao câncer de próstata. Há outras áreas igualmente importantes, como a cardiovascular, sexual, mental e metabólica. “Os homens precisam estar atentos a outros tipos de câncer, doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de transtornos psicológicos, a exemplo de depressão e ansiedade, que são menos falados, mas têm um impacto na qualidade de vida. A existência de tabus e preconceitos sobre cuidados à saúde masculina é ainda uma grande barreira cultural para que esse público alcance melhores índices de saúde”, enfatiza.
O médico recomenda que os homens devem realizar alguns exames regularmente: “É importante fazer o rastreio de câncer de próstata, a partir dos 45 anos, se houver histórico familiar, além de outras avaliações que podem ser solicitadas pelo médico a partir do quadro do paciente”.
Ele ainda informa que os homens estão mais propensos a desenvolver algumas doenças devido a fatores comportamentais, como doenças cardiovasculares, hipertensão, infarto e AVC. “Um estilo de vida que inclua etilismo, tabagismo, obesidade e sedentarismo favorece o aparecimento dessas doenças”, alerta ele, destacando que, embora menos falados, os homens têm maior risco de suicídio, em parte devido à dificuldade de buscar ajuda para questões emocionais.
“O estereótipo de masculinidade que muitos se identificam ao dizer que sentem que devem ser ‘fortes’ e não demonstrar vulnerabilidade, o que inclui buscar ajuda para questões de saúde, faz com que os homens procurem ajuda apenas quando os sintomas já estão graves, ao contrário das mulheres, que, desde cedo, são incentivadas a realizar exames preventivos. E o diagnóstico tardio limita as opções de tratamento e reduz as chances de cura”, salienta ele, ressaltando que doenças crônicas não tratadas podem comprometer gravemente a qualidade de vida, como a diabetes, que pode levar à amputação ou à perda de visão.