Familiares de internos do Conjunto Penal de Juazeiro criticam Serviço Social e tratamento que recebem na unidade: “Preso é gente, preso tem família”

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Familiares de internos do Conjunto Penal de Juazeiro procuraram o Portal Preto No Branco, nesta terça-feira (12), para relatar algumas dificuldades que estão enfrentando para visitar seus pais, filhos e maridos. De acordo com os relatos, a unidade prisional não dispõe de um canal de comunicação com as famílias, que quando ligam ou mandam mensagens não são atendidas. Elas criticam o setor de assistência social da unidade e o tratamento que recebem nos dias de visita, direito dos detentos e de suas famílias.

“Preso é gente, preso tem família, tem mãe, tem mulher e filhos. Eles estão lá pagando o que devem à Justiça e a sociedade, e ninguém está livre de passar por uma situação desta. Não existe nenhuma lei dizendo que detento é para ser tratado pior do que bicho. Que os familiares devem ser humilhados. Para que existe o serviço social dentro do presídio? Só para dizer que tem? Nós não temos o direito nem de recebermos uma informação?”, questionou um familiar.

Outra reclamação é em relação a carteira que permite o familiar fazer a visita. Segundo os relatos, os familiares enviam a documentação necessária, por e-mail, mas não recebem retorno. Alguns saem de longe e não conseguem visitar seus parentes.

“Tem mais de 20 dias que estou tentando entrar em contato com o CPJ e não estou conseguindo. Ligo nos números dos telefones, no ZAP, e nada de atenderem. Eu mandei toda documentação para fazer a carteirinha por e-mail e eles até a data de hoje não me retornaram. Falaram que se passarem mais de 15 dias, quem tivesse enviado os documentos, poderia ir que conseguiria visitar seu familiar apresentando o RG. Hoje eu fui para a visita e não quiseram deixar eu entrar, pois segundo eles não tinha nada de documento meu. Eu vim de muito longe para quando chegar aqui me deparar com essa situação. O pior é que os telefones estão todos com defeito. Pelo Zap ficam online, mas não respondem. Não deixam mais levarmos as coisas para passar o dia. Cortaram bolo, suco, frutas, temos que levar um marmitex pra passar o dia todo. Quem mora longe não pode levar nada para comer na hora do café. Na revista acabam com tudo, com os produtos de limpeza e higiene, rasgam lençóis, toalhas que os familiares levam para os internos. Têm pessoas que tiram da boca pra levar para seus filhos, maridos e eles tratam como se fossemos bichos. Pedimos a alguém ligado aos Direitos Humanos para olhar para essa situação desumana”, relatou uma mulher de detento.

“Hoje fui visitar meu esposo que está nos módulos e quando eu cheguei ele falou que os policiais invadiram a cela e acabaram com tudo. Derramaram a feira que eu levei na primeira semana do mês, dia 5. Hoje meu esposo não tinha mais nada de produtos de limpeza e higiene. Não existe um serviço social, pois a gente morre ligando pra lá em busca de alguma informação e o telefone não está funcionando. Tem o Whats App do serviço social, mas não atendem, não respondem mensagem. Uma falta de respeito com os familiares. Em outros presídios todos atendem os familiares, no CPJ não. Há meses tem um grupo das esposas, mães, familiares que dizem já terem enviado a documentação para conseguirem a carteira, por e-mail, e não conseguem informação,” relatou um familiar.

Estamos tentando contato com a direção do Conjunto Penal.

Redação PNB

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