Com o resultado das eleições de 6 de outubro, que deu vitória a Andrei Goncalves (MDB), a atual gestora de Juazeiro, Suzana Ramos, que baseada em pesquisas divulgadas pela sua campanha, parecia acreditar plenamente em sua reeleição, tem sido alvo de duras críticas por ter adotado um comportamento negligente e omisso na prestação dos serviços públicos, no pós pleito eleitoral.
“O que já era ruim, piorou”, dizem alguns.
As temerárias exonerações em todas as secretarias municipais, a falta de pagamento dos fornecedores e o atraso nos salários dos servidores têm atingindo em cheio o cotidiano da população juazeirense.
UBSs fechadas e sem equipe mínima, SAMU com ambulâncias sucateadas e faltando pessoal, maternidade sem material e equipamentos para realização de cirurgias, falta de medicamentos nas farmácias populares, alunos sem transporte escolar, esgotos estourados nos diversos bairros da cidade, falta de iluminação, ruas sujas, esburacadas, são alguns dos problemas que ficaram ainda mais evidenciados, após a derrota da prefeita.
“Um caos”; “Juazeiro está só o oco e os caburé cantando dentro”; “abandonaram a cidade de vez”; “estado de guerra”; “ninguém aguenta mais” e “chega logo 2025”, são algumas expressões de desabafo que chegam recorrentemente ao Portal Preto No Branco.
De fato, a situação do município de Juazeiro é muito preocupante. O próximo gestor terá enormes desafios pela frente. Comparando a administração municipal com uma grande empresa, é como se ele fosse assumir uma empresa falida. Para além da bagunça administrativa, as finanças do município estão seriamente comprometidas.
Um levantamento feito pelo Ministério da Fazenda no início deste ano, mostrou que Juazeiro é o município baiano que tem a maior dívida com a União, estando entre os 107 municípios brasileiros mais endividados. Conforme os dados, a gestão municipal devia até aquele momento o valor de R$ 133.067.343,57. A dívida do IPJ-Instituto de Previdência de Juazeiro chegaria em torno dos 60 milhões, segundo denúncias de fontes do PNB.
Os índices no IDEB e no Previne Brasil, também são preocupantes e o município perde recursos com a baixa avaliação.
Conforme dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, divulgados pelo Governo Federal em agosto deste ano, o município obteve um resultado menor em comparação ao registrado em 2019, quando o índice foi de 5,7. Em 2023, o índice foi de 5,3. Ainda de acordo com os dados, nos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental o índice das escolas municipais caiu de 4,5, em 2021, para 4,3 em 2023.
Atenção Primária à Saúde (APS), no segundo quadrimestre de 2024, registrou uma queda de 1,52% em seu desempenho em relação ao primeiro quadrimestre deste ano, segundo avaliação do Ministério da Saúde. Entre os municípios da região Norte da Bahia, Juazeiro ficou em 6° lugar no segundo quadrimestre de 2024
Os índices de violência também são alarmantes e Juazeiro é a quinta cidade mais violenta do estado da Bahia.
O cenário é desolador e os munícipes pedem pressa na busca por soluções. O prefeito eleito também pede pressa para ter acesso às informações da administração municipal e tomar pé da situação para agilizar as primeiras ações do seu governo.
No entanto, diferente de outros municípios brasileiros, até o momento, a transição de governo não foi iniciada no município de Juazeiro. O processo tem o objetivo de propiciar condições para que o candidato eleito possa receber da atual gestão todos os dados e informações necessários à manutenção dos serviços essenciais de atendimento à população e de interesse público.
No último dia 23 de outubro, durante reunião com a prefeita Suzana Ramos e alguns secretários municipais, o prefeito eleito Andrei Gonçalves (MDB), entregou um ofício formalizando o pedido para a transição, visando garantir agilidade no processo, e uma troca da gestão organizada e eficiente.
Porém, até o momento, a Prefeita Suzana Ramos não publicou o decreto que institui a equipe de apoio à Transição do Governo Municipal, fechando as portas da “empresa” para o novo administrador.
Revanche? O que teme a atual gestora? Qual o motivo da resistência em garantir, com brevidade, o acesso à nova equipe gestora para averiguar a situação do município? São questões que carecem de uma reflexão, pois ao fim e ao cabo quem sofrerá as consequências é o já castigado povo de Juazeiro, que terá que ter ainda mais paciência para ver a enferrujada máquina pública engrenar. Essa é a esperança!
Redação PNB