Colégio Pedro Raymundo Moreira Rego se manifesta sobre caso de racismo contra radialista em um bar de Juazeiro; a vítima também é colaborador da instituição de ensino

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Em nota, o Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rego, Juazeiro, Norte da Bahia, manifestou apoio ao radialista Arielson Leal, que denunciou ter sido vítima de injúria racial no último dia 21 de fevereiro, no bar Pinico, situado na Avenida Oscar Ribeiro. Segundo relatos de testemunhas, após uma discussão entre o radialista e o proprietário do bar, Leal teria sido chamado de “macaco”.

Arielson Leal é colaborador da instituição de ensino há mais de 12 anos e a denúncia está sendo acompanhada pelo Fórum da Igualdade Racial.

Confira nota:

O Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rego, instituição que há mais de
42 anos presta serviços à sociedade juazeirense, vem à público manifestar seu apoio ao
colaborador Arielson Leal que junto ao Fórum da Igualdade Racial, está denunciando o
caso de injúria racial do qual foi vítima, na última sexta-feira (21), num estabelecimento
comercial localizado na Avenida Oscar Ribeiro, em Juazeiro.

Arielson Leal é nosso colaborador há mais de 12 anos, e desenvolve um trabalho
exemplar como monitor voluntário, coordenando um projeto de Educomunicação
reconhecido pela construção de valores, engajamento e protagonismo juvenil: a Rádio
Escola do Pedrinho.

A escola, que tem por função social formar cidadãos e cidadãs conscientes da
necessidade de construir uma sociedade mais justa em todos os aspectos, é contrária à
toda forma de racismo estrutural, religioso e ambiental, principalmente num município e
estado compostos majoritariamente de pessoas negras.

Dessa forma, nos juntamos às Organizações da Sociedade Civil que lutam contra
a violação dos direitos humanos da população negra no Território do Sertão do São
Francisco para conclamar as autoridades a abrir imediatamente o Inquérito Policial,
cuja apuração exemplar dos fatos deve restabelecer de forma inequívoca o caráter
percuciente do Direito.

Colegiado Escolar do Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rego

Juazeiro, 06 de março de 2025

Entenda o caso

Segundo informações de pessoas que presenciaram o ocorrido, o radialista teria solicitado que o proprietário abrisse um banheiro onde uma cliente estava trancada, o que gerou um desentendimento. Durante a discussão, o proprietário do bar chamou o radialista de “macaco”.

Ainda de acordo com testemunhas, o dono do bar chegou a puxar uma chave de fenda para a vítima, que deixou o local após a intervenção de um grupo de amigos. Também conforme os relatos, a ação teria contado com a “participação conjunta da esposa do dono do estabelecimento para a prática do crime, que teria pegado a chave de fenda para auxiliar o acusado numa eventual lesão corporal contra a vítima”.

O caso foi registrado na delegacia de Polícia Civil que deverá iniciar as investigações.

“A vítima obteve auxílio do Fórum de Igualdade Racial de Petrolina, por intermédio do Vereador Gilmar Santos e da nossa atuação jurídica, e foi registrado um Boletim de Ocorrência. Por enquanto, aguardamos a respectiva instauração da portaria para a abertura do Inquérito Policial pelo crime de racismo. Em conjunto, necessita da mobilização das demais Organizações da Sociedade Civil, pela proteção da população negra, que venham ficar cientes da recente violação de direitos humanos à população negra do município de Juazeiro – BA. Também aguardamos uma resposta da Delegacia da Polícia Civil da circunscrição de Juazeiro – BA, acerca da instauração do respectivo inquérito policial”, explicou o Advogado Miguel Henrique Santana,

Racismo e injúria racial são crimes graves, e a vítima busca justiça e providências cabíveis.

“É inaceitável que situações como esta continuem acontecendo com as pessoas negras, sempre expostas a essa tentativa de desqualificação. Isso não foi um erro de alguém que estava irritado, foi um crime praticado e merece uma punição exemplar, para que outros não se sintam tão a vontade de atacar um negro, uma pessoa negra, e ficar impune. Minha denúncia é no sentido de coibir que fatos como este se repitam. É meu dever denunciar um crime à instituição responsável por apurar crimes”, comentou o radialista.

Deixamos mensagem para o acusado, que não quis se manifestar sobre o caso.

Racismo e Injúria Racial

Enquanto a injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça.

Redação PNB    

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