A cuidadora particular de idosos, Vanessa de Farias Carvalho, em contato com o Portal Preto no Branco, acusou a direção do Hospital Regional de Juazeiro, Norte da Bahia, de perseguição. Segundo ela, profissionais que atuam como cuidadores e acompanhantes particulares têm enfrentado um tratamento hostil dentro da unidade de saúde.
“Eu sou contratada por famílias para cuidar de seus entes internados. Por isso, faço muitos plantões no hospital e estou sendo perseguida pela direção do hospital. Quando estamos com muitos pacientes, a direção começa a pegar no nosso pé”, relatou Vanessa.
A cuidadora conta ainda que, na última quarta-feira (23), recebeu uma suspensão de três meses após ser acusada de condutas indevidas, o que ela nega.
“Disseram que estou proibida de entrar no hospital como acompanhante de paciente por 90 dias. Fui acusada de ter dado biscoito com nutella para a minha paciente, sendo que eles não têm prova, não tiraram foto, e não acharam biscoito nas minhas coisas. Quando eles chegaram no quarto em que eu estava com a paciente, após receberem a denúncia, o segurança me achou tomando banho, não dando biscoito para ela. Mesmo sem provas, eles me tiraram do meu plantão, me botaram para fora do hospital. Ainda me mandaram assinar um documento, mas eu não assinei, porque não vou assumir algo que eu não fiz”, afirma.
A profissional acrescenta ainda que também foi acusada de apresentar “comportamentos inadequados” com a equipe hospitalar. Segundo ela, a acusação é uma forma de silenciar cuidadoras que cobram por atendimento adequado aos pacientes.
“Será que foi por eu ter questionado uma fisioterapeuta que tentou levantar meu paciente logo após ele quase cair no banheiro, após 24 episódios de diarreia? Ou porque reclamei que um paciente, que precisava de irrigação constante por estar urinando sangue, ficou sem a irrigação? Não podemos cobrar um atendimento digno sem sermos punidas?”, questiona.
Mãe de 3 filhos, a profissional relatou que precisa trabalhar para manter sua família e a punição, que ela avalia como injusta, vai comprometer seu orçamento. Ela informou ainda que já compareceu a Delegacia de Polícia para registrar um boletim de ocorrência e vai acionar a justiça contra a direção do Hospital Regional de Juazeiro por difamação, calúnia e por prejuízos ao seu trabalho.
“Estão me impossibilitando de trabalhar, de sustentar minha família. Isso é injusto”, concluiu.
Encaminhamos a denúncia para o Hospital Regional de Juazeiro. Em resposta, a direção da unidade informou que “todo acompanhante que chega à unidade é orientado sobre as normas e rotinas do complexo. Contudo, quando o acompanhante não cumpre com tais diretrizes, infringindo de forma reincidente as normas do hospital, a instituição precisa então adotar medidas visando, principalmente, a garantia da segurança e do bem-estar do paciente”.
Redação PNB