Professores denunciam fechamento repentino de colégio particular em Juazeiro e falta de pagamento dos salários: “Afundaram o Edson Ribeiro e agora o Colégio Batista”

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Profissionais de educação entraram em contato com o Portal Preto no Branco nesta sexta-feira (25) para denunciar o encerramento repentino das atividades do Colégio Batista, em Juazeiro, na região Norte da Bahia. Em relatos enviados ao Portal Preto no Branco, os educadores afirmam que foram enganados pela gestão da escola privada, que prometeu contratos formais, mas não assinou carteira de nenhum profissional, e ainda encerrou as atividades sem aviso prévio.

“Eles começaram as aulas no dia 10 de fevereiro com poucos alunos, dizendo que muitos outros ainda iriam chegar. Nós confiamos, começamos a trabalhar, e a promessa era que iam assinar nossa carteira. Só que nem pediram os documentos de alguns professores. No fim, ninguém teve a carteira assinada. No final de março, houve uma reunião de última hora, inclusive alguns professores não foram avisados, em que os gestores falaram que o prédio ia mudar de prédio porque não estavam dando conta de manter, financeiramente, o aluguel do antigo prédio Moura. Disseram também que iam fazer um contrato com os professores, mas que o salário iria diminuir. Depois disso, as aulas continuaram normais com a promessa que tudo ocorreria normalmente. Já no dia 08 de abril, as aulas pela manhã funcionaram normalmente e à tarde, alguns funcionários ficaram sabendo por posts no Instagram e pessoas de fora do colégio, que o Batista tinha fechado”, contou uma das docentes.

Os educadores destacam que não houve nenhum comunicado da gestão sobre o encerramento das atividades.

“Nenhum professor que não estava lá no dia, soube desse fechamento. Eles só comunicaram aos professores que estavam dando aula no dia, uma terça-feira. Os demais, ficaram sem saber. Não houve reunião, não houve mensagem no WhatsApp, nem por e-mail”, afirmou a profissional.

Além do encerramento inesperado, os professores afirmam que foram cobrados, insistentemente, a entregar notas dos alunos e devolver materiais da escola, sem que recebessem os pagamentos dos últimos salários.

“A gestão começou a mandar mensagem pedindo os materiais e cobrando nota. Mas ninguém nos pagou. Até hoje estamos esperando os salários de março e os dias trabalhados em abril,” cobrou.

Outro alvo das denúncias é o profissional responsável pelo setor financeiro da escola.

“Ele sumiu. Não atende ligações, não responde mensagens, tirou até a foto do WhatsApp. A esposa dele, Andrea, diz que não consegue contato com ele. Mas todos sabemos que eles moram e trabalham juntos. É deboche com a nossa cara,” protestou outra docente.

As mensagens enviadas pela gestão aos professores também foram criticadas.

“Parecem feitas para enganar, sem nenhuma explicação. Algumas com tom de deboche, sem consideração nenhuma com nosso sofrimento. Fomos largados sem nenhuma informação.”

Além do prejuízo financeiro, os educadores relatam prejuízos emocionais. “Estamos todos lesados. Financeiramente, psicologicamente e emocionalmente. É um descaso com quem se dedicou à educação de forma honesta e confiou na escola. A mesma gestão que afundou o Colégio Edson Ribeiro agora fez o mesmo no Colégio Batista”, concluíram.

O PNB está tentando entrar em contato com a direção da instituição em busca de esclarecimentos.

Relembre

Em novembro do ano passado, após o anúncio feito pela direção do antigo Colégio Dr. Edson Ribeiro de que as atividades da instituição seriam encerradas neste ano, e que o trabalho iria continuar como Colégio Batista, um grupo de professores que atua na tradicional unidade escolar, procurou o PNB para fazer alguns esclarecimentos.

“Assim como os pais de alunos e alunos também fomos pegos de surpresa com o fechamento da escola. Sobre o tal Colégio Batista, na verdade, a atual gestão está saindo do Colégio Dr. Edson Ribeiro para abrir uma nova escola. Porém, esta sendo divulgado que o Edson vai “virar” o Colégio Batista, o que não é verdade. Esse Colégio Batista não tem qualquer ligação com o Edson, além da gestão. A gestão, inclusive, está convidando o corpo de professores do Edson para este novo colégio, mas diante da situação que nos encontramos, boa parte não vai seguir a atual gestão. É preciso que os pais e alunos tenham consciência de que não se trata de um “novo Edson Ribeiro”, alertaram na época.

Na ocasião, os profissionais já estavam apreensivos quanto ao cumprimento dos diretos trabalhistas, após o fechamento do Colégio Edson

“Segundo a atual gestão, o que “der para ser pago” será pago e o resto vai virar valor rescisório, mas o medo dos professores é de não receber décimo terceiro, férias e, provavelmente, nem o salário integral. Alguns professores estão entrando com Rescisão Indireta, de forma antecipada”, relatou um dos profissionais.

Redação PNB

 

 

 

 

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