“Ela sumiu com nosso dinheiro”: Clientes voltam a denunciar golpe milionário de agência de turismo que operava em Petrolina e região

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Mais de 150 pessoas das cidades de Petrolina, no sertão de Pernambuco, e Juazeiro, Uauá e Senhor do Bonfim, na Bahia, se uniram para denunciar um suposto golpe milionário aplicado pela proprietária da agência Me Turismos, que funcionava no município de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Segundo os relatos, a empresária vendeu pacotes de viagens para Resort’s, em 2023, que nunca foram realizados, e até hoje não fez qualquer reembolso aos clientes.

“Eu comprei o pacote em abril de 2023, para viajar em dezembro. Fiz planos, me programei, e quando chegou perto da data, ela simplesmente fechou a agência e sumiu. Até hoje, não tivemos nenhuma resposta”, conta uma das vítimas, que preferiu não se identificar.

Ainda conforme os relatos, os valores perdidos variam de R$600 a mais de R$42 mil por pessoa. “Teve cliente que fez empréstimo, gente que ia viajar com a família toda. Ela mexeu com o sonho de muita gente. Foi um golpe, sim, e precisa ser tratado como tal”, desabafa outra cliente lesada.

Boletins de ocorrência chegaram a ser registrados na Delegacia do Ouro Preto, em Petrolina. Apesar disso, os clientes dizem que o caso não avançou como esperavam. “Já se passaram meses, e nada aconteceu. Queremos que as autoridades façam alguma coisa. São dezenas de famílias prejudicadas”, acrescenta outra vítima.

Para os denunciantes, a situação exige urgência. “Não estamos falando de um erro, estamos falando de fraude. Ela vendeu os pacotes, pegou o dinheiro e sumiu. E até agora, ninguém foi responsabilizado”, afirma um dos organizadores do grupo de vítimas.

As vítimas afirmam ainda que, atualmente, a proprietária da empresa ME Turismo está atuando em um espaço de eventos no município de Sento Sé-BA.

“Ela está organizando um evento lá entre os dias 8 e 11 de maio. Como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, tem gente que fez empréstimo para viajar, que sonhou, que se frustrou. Se ela está em Sento Sé e abrindo negócio, o povo precisa saber com quem está lidando. A justiça precisa agir. Esse caso não pode cair no esquecimento. ”, reforça o grupo.

O grupo finaliza reforçando que continua se mobilizando para dar visibilidade ao caso. “Já somos mais de 150 pessoas. Estamos juntos, trocando informações, tentando buscar justiça por conta própria. Mas queremos e precisamos que a Justiça aja”, concluem.

Relembre 

Em janeiro deste ano, clientes da empresa ME Turismo, já haviam denunciado que tinham sido vítimas de golpes. Alguns deles relataram que compraram pacotes de viagens e, mesmo após o cancelamento dos passeios, os reembolsos não foram realizados.

“Comprei um pacote de viagem para um resort e a minha viagem era para ter acontecido no dia 18/12/24. Paguei um valor de R$ 3. 370,00 e eles cancelaram a viagem um dia antes. Depois, remarcaram a viagem para o dia 25/12, mas no dia 24 mandaram mensagem às 2h da manhã cancelando novamente. Depois disso, falaram que iam fazer o reembolso em sete dias, mas até o momento não devolveram o nosso dinheiro. Criamos um grupo e já temos mais 34 pessoas lesadas por eles. Tem o caso de um cliente que comprou um pacote de 33 mil reais e até agora não recebeu o dinheiro de volta. Apesar de tudo isso, a empresa continua vendendo pacotes de viagem como se nada tivesse acontecido”, relatou uma cliente.

Outra cliente denunciou que mesmo as viagens que estavam sendo realizadas ocorriam de forma inadequada, descumprindo acordos feitos no momento da compra dos pacotes, prejudicando os clientes.

“Durante minha experiência com a empresa, foram muitas falhas no atendimento, descumprimento de acordos e falta de transparência nas informações fornecidas. Considero importante que esses problemas sejam conhecidos pelo público em geral para que outros consumidores fiquem atentos, pois o que passamos na nossa última viagem com a empresa não desejamos para ninguém. Fechamos um pacote para Porto de Galinhas e Maragogi com a empresa ME turismo, no período de 28 de dezembro de 2024 a 02 de janeiro de 2025. A princípio já se foi notado que a empresa não entregou contratos a grande maioria dos clientes que fechou esta viagem, apenas para os que insistiram um pouco mais. Para outros prometeram a entrega dos contratos na hora do embarque e assim não cumpriram. Fizeram promessas de um tipo de ônibus, um pouco mais novo e entregaram outro antigo, que tinha algumas cadeiras quebradas. Assim também como prometeram Van ou um carro para trazer e ir deixar as pessoas que vieram de outras cidades, como Senhor do Bonfim, no final da viagem e também não cumpriram. Inclusive, abandonaram esses clientes na rodoviária no final da viagem e não deram nenhuma passagem, já que a Van que eles prometeram para levá-los não estava lá. Só que as demais “surpresas” dessa viagem começaram quando entramos no ônibus para viajar. Começando com os roteiros da viagem que foram mudados a cada instante, não nos deram assistência durante a viagem inteira, pois nem o ônibus estava disponível para nos levar as rotas das orlas ou opções de ir em outras praias. Assim, ficamos por conta própria para buscar passeios. Ao chegarmos em Maragogi, que foi nossa primeira parada antes de irmos para o hotel, a ME turismo nos cobrou uma taxa de “Day use” de um restaurante que nos levaram a beira da praia, que custou o valor de R$ 75,00 + 45,00 do guia turístico, sendo que 20 reais ficariam para o estabelecimento como se fosse um passe de entrada, e o restante do valor seria revertido em consumo. Mas, quando fomos no caixa para pagar a conta e abater o valor que nos prometeram que seria revertido em consumo, o estabelecimento nos informou que não tinham conhecimento desse “day use”, muito menos da conversão em consumo, ou seja, fomos enganados. E logo mais descobrimos que o estabelecimento cobra apenas 10,00 reais pela entrada, e não 75,00 como a ME nos informou. E o valor dos 45,00 reais (por pessoa) para o guia turístico, também não foi para ela por completo, apenas uma parte. Quando chegamos a Porto, pensamos que o hotel que iríamos ficar seria o Angra do Porto, pois foi o hotel prometido pela empresa, porém somente uma parte do grupo ficou nele. A empresa nos avisou que o restante do pessoal ficaria em outro hotel equiparado a qualidade do Angra, que seria o hotel Beija-Flores. Porém, assim que descemos do ônibus soubemos que seria outro hotel, não mais o Beija-Flores, e sim, uma pousada minúscula e cheia de mofo. Mandamos mensagem para administração da ME turismo já que o guia que estava conosco não conseguiu resolver nada. Ainda tivemos problema em relação a quantidade de pessoas que teriam nos quartos, pois também não tinha quarto para todo mundo. Camas quebradas, muito mofo nas paredes. Algumas pessoas foram realocadas para uma terceira pousada, também com qualidade inferior, e alguns viajantes decidiram ir para outra pousada por conta própria por tamanho desconforto da mesma. Mandamos mensagem para a administração da empresa, falaram que era para gente resolver com o guia, que também não resolveu nada. Tivemos que nos submeter a tamanho descaso, pois não tínhamos opção. Para complementar tamanho constrangimento, ao final da estadia os donos das pousadas mantiveram alguns clientes na recepção das pousadas porque informaram que a ME turismo não tinha pago as diárias, e que só iriam sair se pagassem. Ficaram lá por quase 1 hora sendo ameaçados, até pagarem e foram liberados. Temos fotos, comprovantes, prints, áudios, que provam todos os descasos que esta empresa tem feito conosco. É inadmissível que esse tipo de coisa continue a acontecer. Somos um grupo com mais de 20 pessoas,”, acrescentou um interlocutor do grupo.

O espaço está aberto para a defesa da empresa citadas.

Relação PNB

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