Em toda a Bahia, 170.532 pessoas nasceram e foram registradas em 2023. O número de nascimentos caiu no estado pelo quinto ano consecutivo e foi o menor em 32 anos, desde 1991, quando 163.155 crianças haviam nascido e sido registradas.
Em relação a 2022 (quando nasceram 173.686 pessoas), houve uma queda de 1,8% no número de registros na Bahia, o que representou 3.154 nascimentos a menos. A redução em números absolutos foi a terceira maior entre os estados, ficando atrás apenas de São Paulo (-8.865 nascimentos) e Rio de Janeiro (-3.911). Já a taxa de recuo baiana (-1,8%) foi a quarta mais expressiva, superada apenas por Rondônia (-3,7%), Amapá (-2,7%) e Rio de Janeiro (-2,2%).
No Brasil como um todo, também houve redução no total de nascimentos em 2023, com registros em 18 das 27 unidades da federação. Foram registrados 2.523.267 nascimentos, 19.031 a menos que em 2022 (-0,7%).
Entre os nove estados onde o total de nascimentos aumentou, os maiores avanços ocorreram em Goiás (+2.507 ou +2,8%), Tocantins (+753 ou +3,4%) e Alagoas (+742 ou +1,6%).
Salvador tem menor número de nascimentos em quase 50 anos
O número de crianças nascidas também caiu em Salvador pelo sexto ano consecutivo. Em 2023, nasceram e foram registradas 25.718 pessoas na capital baiana, 4,9% a menos que em 2022, representando uma queda de 1.319 nascimentos.
Esse foi o menor número de nascimentos em Salvador em 49 anos, desde o início da série histórica das Estatísticas do Registro Civil em 1974, quando foram registrados 28.787 nascimentos.
Entre as 27 capitais, 22 apresentaram queda nos registros de nascimentos. Salvador teve a terceira maior redução em números absolutos (-1.319), atrás apenas de São Paulo (-3.248) e Rio de Janeiro (-1.848), e a segunda maior queda percentual (-4,9%), atrás apenas de Porto Velho/RO (-7,9%).
Mais da metade dos municípios baianos registraram queda na natalidade
Além de Salvador, 237 dos 417 municípios baianos (56,8%) tiveram redução no número de nascimentos entre 2022 e 2023.
As maiores quedas absolutas, após a capital, ocorreram em Alagoinhas (-200 nascimentos, ou -11,0%), Lauro de Freitas (-173 ou -6,8%) e Mata de São João (-141 ou -21,3%).
No sentido oposto, os maiores aumentos ocorreram em Barreiras (+170 ou +7,2%), Porto Seguro (+166 ou +6,2%) e Luís Eduardo Magalhães (+136 ou +6,5%).
Entre 2001 e 2023, quase 9 em cada 10 municípios da Bahia registraram queda nos nascimentos: 374 de 417, ou 89,7%.
Casamentos caem pelo segundo ano seguido; apenas uniões entre mulheres crescem
Em 2023, o número de casamentos civis caiu pelo segundo ano consecutivo tanto na Bahia quanto em Salvador.
No estado, foram registrados 57.565 casamentos civis, uma redução de 4,9% em relação a 2022 (60.534), o que representa 2.969 uniões a menos. Desconsiderando 2020, esse foi o menor número de casamentos na Bahia em uma década, desde 2013.
Em Salvador, a queda foi ainda maior: -7,7%, com 11.622 registros em 2023 — 976 a menos que no ano anterior. Desconsiderando 2020, foi o menor número em oito anos, desde 2015.
Apesar da queda geral, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo aumentaram tanto na Bahia quanto na capital, impulsionados exclusivamente pelas uniões entre mulheres.
Na Bahia, essas uniões subiram 14,2% (de 309 para 353), enquanto as entre mulheres passaram de 185 para 239. Já os casamentos entre homens caíram de 124 para 114.
Em Salvador, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo cresceram de 149 para 177 (+18,8%), com aumento nas uniões entre mulheres (de 89 para 120) e leve queda entre homens (de 60 para 57).
Divórcios batem recorde em 2023 na Bahia e em Salvador
Enquanto os casamentos diminuíram, os divórcios aumentaram pelo terceiro ano seguido na Bahia e em Salvador, atingindo seus maiores patamares desde o início da série histórica recente do IBGE, em 2009.
Na Bahia, foram registrados 27.361 divórcios, 15,4% a mais que em 2022 (23.712), que já havia sido 23,2% superior ao total de 2021 (19.244). O crescimento representou 3.649 divórcios a mais em um ano.
A Bahia teve a 6ª maior taxa percentual de aumento (+15,4%) e o 3º maior crescimento absoluto em número de divórcios, atrás de Goiás (+4.986) e São Paulo (+4.019).
Em Salvador, houve 6.420 divórcios em 2023, um aumento de 32,4% em relação a 2022 (4.894), o maior crescimento absoluto entre as capitais (+1.526). Foi a 4ª maior taxa percentual, atrás apenas de Natal/RN (+667%), Porto Velho/RO (+50,5%) e Teresina/PI (+35,6%).
O tempo médio de duração dos casamentos na Bahia também caiu. Em 2009, era de 18,5 anos; em 2023, foi de 14,8 anos. Ainda assim, o estado ocupava a 9ª posição no ranking nacional de casamentos mais duradouros.
Óbitos caem pelo segundo ano seguido, mas seguem acima do período pré-pandemia
Em 2023, ainda sob os efeitos da pandemia de COVID-19, o número de mortes caiu pelo segundo ano consecutivo na Bahia e em Salvador.
Foram registradas 98.906 mortes no estado, uma queda de 3,6% em relação a 2022 (102.585). Contudo, o número ainda está acima do patamar pré-pandemia (90.404 em 2019) e da média anual entre 2000 e 2019 (74.937).
Em Salvador, foram 18.031 óbitos em 2023, 4,7% a menos que em 2022 (18.919), representando 888 mortes a menos. Ainda assim, o total permaneceu acima de 2019 (16.955) e da média de 2000 a 2019 (15.139).
Das 27 capitais, 22 tiveram redução nos óbitos. Salvador teve a 9ª maior queda percentual (-4,7%) e a 6ª em números absolutos (-888).
Bahia e Salvador lideram mortes não naturais entre homens jovens
As mortes por causas naturais seguem sendo predominantes: 81,6% dos óbitos na Bahia (80.730) e 82,4% em Salvador (14.854). As causas não naturais (como acidentes, homicídios e suicídios) representaram 10,6% das mortes no estado (10.434) e 10,3% na capital (1.852).
Mesmo com redução no número de mortes não naturais entre homens jovens (15 a 24 anos), a Bahia e Salvador ainda lideram essa estatística negativa no Brasil.
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