Procurado pelo PNB, o Ministério Público do Estado da Bahia se manifestou sobre a expulsão de alunos do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco, Cetep, em Juazeiro, Norte da Bahia, por utilizarem cigarro eletrônico na instituição.
A medida, considerada “extrema” pelos responsáveis pelos alunos, foi denunciada na semana passada no Portal Preto No Branco.
O MPBA informou que já foi instaurado um procedimento para apurar o caso.
“Informamos que o Ministério Público do Estado da Bahia instaurou procedimento para apurar o caso no dia 13 de maio deste mês. No momento, o MPBA aguarda retorno dos ofícios que foram enviados no dia 14 ao Núcleo Territorial de Educação da Região Norte – NT10 e ao Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco – Cetep Juazeiro solicitando informações sobre o fato”.
Até o momento, apesar da nossa insistência por uma resposta, o Núcleo Territorial de Educação da Região Norte – NT10, não se pronunciou sobre a expulsão dos estudantes.
Denúncias
O Portal Preto no Branco foi procurado na última segunda-feira (12), por uma mãe de uma estudante do Cetep que demonstrou sua indignação com a direção da instituição que, segundo nos relatou, expulsou a adolescente de 16 anos, após a aluna ser flagrada usando um cigarro eletrônico, com mais 2 colegas.
Na quarta-feira (14), mais uma mãe de uma estudante da instituição relatou que a filha também foi expulsa pelo mesmo motivo. A responsável contou que a adolescente de 17 anos está há um mês fora da escola.
“Minha filha tirou uma foto no banheiro da escola e postou nos Stories do Instagram apenas para os melhores amigos. Alguém tirou um print e mostrou para a direção da escola. Na imagem, ela não aparece usando o vape, apenas segurando. Apesar disso, ela foi expulsa. Eu concordo que ela merecia uma punição, mas acredito que tirar ela da escola, fazer com que ela perca o curso técnico, não é a solução”, declarou.
A mãe relatou ainda que: “Assim que fui comunicada da situação, fui até a escola acreditando que minha filha estava apenas suspensa. Mas chegando lá já recebi a transferência dela. Eu questionei à direção o motivo pelo qual não fui comunicada antes e me disseram que minha filha já tinha sido vista com o vape na escola antes, e que ela já tinha sido advertida. Porém, eu, que sou a responsável, não fui informada. Deixaram uma adolescente de 17 anos assinar a advertência e não me comunicaram sobre o ocorrido para que eu pudesse adotar alguma providência. Como é que eu ia resolver uma situação dessa, sendo que eu nem sabia? Eu sei que a obrigação de educar a minha filha é minha, mas como o fato ocorreu dentro da escola, o dever da gestão é comunicar os responsáveis e informar qual medida tomaria caso a situação ocorresse novamente”, acrescentou.
As mães das alunas procuram o Ministério Público, na esperança de que as alunas sejam reintegradas na instituição.
“Minha filha está há mais de um mês sem estudar e eu já não sei mais o que fazer. Já procurei a direção da escola e a Direc várias vezes e até agora nada foi resolvido. Por isso, resolvi procurar o Ministério Público. Minha filha não foi a única aluna expulsa devido ao cigarro eletrônico no Cetep, então, a medida não está sendo eficaz. A gestão deveria primeiro investigar como esses equipamentos estão entrando na escola e fazer uma campanha de conscientização entre os alunos e os responsáveis”, opinou.
Outro caso
Em outubro do ano passado, alunos do primeiro e segundo anos foram expulsos após serem flagrados fazendo uso de cigarros eletrônicos também no CETEP. Os pais procuraram o PNB e denunciaram a postura da instituição, “levando em conta que se trata de adolescentes que necessitam de orientação por parte da família e da escola”.
Após denúncia no MPBA os alunos foram reintegrados.
Redação PNB