Que licitação é essa que nunca sai?”: Mães atípicas, em Juazeiro, seguem passando dificuldades sem os insumos e medicamentos garantidos judicialmente; Sesau justifica

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Mães atípicas que residem em Juazeiro, na região Norte da Bahia, continuam enfrentado obstáculos para terem acesso à materiais e insumos nos quais seus filhos têm diretos. Mais uma vez, relatos enviados ao Portal Preto no Branco mostram o descumprimento de decisões judicias por parte da Secretaria de Saúde do município.

Uma das mães reclama da falta de fraldas descartáveis na Centro Farmacêutico Municipal e destaca que o problema tem provocado ainda mais dificuldade na rotina do filho com autismo.

“Meu filho tem autista, nível 3, e tem o metabolismo acelerado. Então, ele defeca muito. Ele usa no mês cerca de 240 fraldas, às vezes até mais. Eu entrei com um processo na defensoria e o juiz determinou que o município me forneça essas fraldas. Porém, essa decisão já tem um ano e neste período eu só consegui pegar as fraldas duas vezes. Toda vez que eu chego lá, eles dizem que não tem fraldas ou que não tem a marca. Mas eu não tenho preferência de marca, pode ser qualquer marca, desde que sirva no meu filho. Eu fui lá ontem e eles disseram que simplesmente não tem fraldas, pois não havia chegado nenhuma remessa. Isso é um descaso, porque é muito difícil para nós, mães atípicas, este tipo de situação. Por isso, quero cobrar uma providência dos órgãos que são responsáveis”, declarou.

Glauciane, mãe de duas crianças com microcefalia, também cobrou a entrega dos insumos.

“Recebo, ou deveria, receber os insumos por ordem judicial, mas a Secretaria de Saúde não cumpre. E, mais uma vez, venho aqui pedir ajudar para sensibilizar o órgão. Estamos terminando maio e nada das fraldas, insumos e medicamentos dos meus filhos. As mães atípicas não aguentam mais. Estamos totalmente desamparadas, sem apoio. Só recebemos como resposta que está finalizando a licitação. Imagina o que é ver seu filho se machucando, se mordendo, por falta de medicamento? Ou sem ir para escola ou consultas por falta de fralda? Essa é a situação que eu e muita mães estamos passando. Queremos apenas o direito dos nossos filhos. Será que é pedir muito? Que licitação é essa que nunca sai?” desabafou a mãe.

Encaminhamos as reclamações para a SESAU. Em resposta, a secretaria informou que “foi iniciado nesta terça-feira (20), o processo de rescisão contratual com a empresa responsável pela entrega de fraldas, bem como a solicitação para que o segundo colocado no processo licitatório assuma imediatamente a prestação do serviço. A medida foi adotada diante do descumprimento reiterado dos prazos de entrega por parte do fornecedor atual. Tal situação comprometeu o atendimento à demanda da população, especialmente das pessoas que dependem deste item essencial”.

Redação PNB

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