Sem manutenção, Camelódromo Dois de Julho, em Juazeiro, enfrenta condições precárias para comerciantes e consumidores: “Está abandonado”; AMA se manifesta

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Inaugurado há mais de duas décadas, o Camelódromo Dois de Julho, em Juazeiro, Norte da Bahia, concentrava centenas de pequenos vendedores, atraía consumidores de toda a cidade e movimentava o centro. Hoje, o espaço enfrenta esvaziamento, estrutura comprometida e denúncias de abandono.

Os permissionários relatam uma série de problemas estruturais que afetam diretamente o funcionamento do local. Entre as principais queixas está o sistema de esgoto, que apresenta entupimentos frequentes. Segundo os comerciantes, quando transborda, o esgoto vaza pelo estacionamento e chega até a praça de alimentação, dificultando as vendas e comprometendo a higiene do ambiente.

Além disso, os banheiros permanecem interditados há meses, com relatos de portas arrancadas no setor feminino. Sem acesso aos sanitários, trabalhadores e frequentadores passaram a utilizar a entrada dos fundos para necessidades fisiológicas, segundo os relatos. Também há queixas sobre acúmulo de lixo, ratos e insetos, especialmente à noite, quando feirantes vizinhos armazenam mercadorias nos arredores do camelódromo.

Outros pontos apontados pelos permissionários incluem infiltrações, risco de curto-circuito devido à fiação exposta e deterioração do estacionamento. Boa parte dos boxes permanece fechada ou desocupada. A associação de comerciantes alega que muitos espaços foram concedidos a pessoas que não utilizam os boxes, enquanto trabalhadores ativos seguem aguardando por uma oportunidade.

Antônio Carlos, presidente da associação, afirma que vários ofícios foram encaminhados à Autarquia Municipal de Abastecimento (AMA), responsável pela gestão do espaço, e foi enviado também um relatório técnico apontando a necessidade de reformas na parte elétrica e hidráulica. Mas até o momento, segundo o representante do espaço, não houve uma resposta efetiva.

“Não temos temos segurança, não temos suporte nenhum, ou seja, o camelódromo está abandonado”, disse Antônio Carlos.

“Está precisando de manutenção. Foi feita uma maquiagem de reforma de esgoto e na instalação elétrica que já tem 25 anos. Aqui dentro ninguém vende nada”, reforçou uma permissionária.

Permissionários também relatam prejuízos com a concorrência de lojas instaladas na lateral do camelódromo, que vendem produtos semelhantes a preços mais baixos. A prática, segundo eles, contraria um acordo firmado com a gestão municipal, que previa a não duplicidade de mercadorias entre os setores.

Apesar das dificuldades, os comerciantes continuam. Alguns estão ali desde a fundação do camelódromo, há 25 anos. Todos os dias, abrem as portas, reorganizam as prateleiras e esperam por melhorias. Entre corredores vazios e fios pendurados, ainda há quem acredite no espaço comercial e resista.

Encaminhamos a situação para a Autarquia Municipal de Abastecimento/AMA e, em nota, o órgão afirmou que “segue cuidando da estrutura do Camelódromo Municipal com manutenções frequentes para garantir mais conforto e segurança para todos”.

Nota:

A Autarquia Municipal de Abastecimento/AMA informa que realiza a manutenção regular na estrutura do Camelódromo Municipal. A AMA tem realizado os devidos reparos com recente conserto em um vaso sanitário e uma porta, danificados por vandalismo. A autarquia ressalta ainda que o espaço apresenta demandas estruturais mais complexas, identificadas há cerca de quatro anos, e que exigem intervenções de maior porte. A instituição tem atuado para viabilizar essas melhorias junto aos órgãos competentes.

Além disso, a AMA destaca que está realizando obras na parte externa que integra o entreposto, com o fechamento de buracos e melhorias no entorno (conforme atestam as fotos em anexo). No que se refere ao calçamento do estacionamento, a Secretária de Serviços Públicos/SESP informa que realizará uma visita técnica ao local para monitoramento da demanda e, posteriormente, realização de serviço de manutenção na calçada do Camelódromo 2 de Julho. Além disso, o SAAE tem atuado junto à AMA realizando a manutenção da Praça de Alimentação e enviará equipe ao local para verificar as condições da área externa.

A AMA também informa que a partir do dia 3 de julho terá início o processo de convocação dos permissionários para abertura e regularização dos boxes. O cronograma seguirá até o mês de agosto. Permissionários que não atenderem à convocação, poderão ter suas licenças revogadas, permitindo que a vaga seja destinada a novos interessados.

Redação PNB, por Ally Viana 

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