Não tem sido fácil para os juazeirenses enfrentarem a infestação das muriçocas, problema antigo da cidade e uma das mais recorrentes reclamações dos moradores dos diversos bairros. Cortinados, inseticidas, repelentes são algumas das estratégias usadas para amenizar os incômodos causados pelos mosquitos. O chamado “pau da muriçoca” tem sido a salvação para muita gente que se vale do incenso repelente, já considerado um item de primeira necessidade.
“É a primeira coisa que compro no mercadinho. Aqui em casa não falta. Já sai a noite atrás de um, pois sem ele ninguém dorme”, contou a dona de casa Cristina Oliveira, moradora do centro.
“Aqui em casa a gente fecha tudo, acende o pau da muriçoca, e rapidinho tem um tapete delas no chão. O cheiro é forte, mas é o jeito. Bendito quem inventou este produto, pois é o que está nos salvando”, disse Dona Sueli, moradora do Argemiro.
O produto holandês vem sendo consumido em larga escala e é vendido em mercadinhos, nos camelôs e até oferecido de porta em porta. A caixa, com 30 incensos, custa entre 8 e 10 reais e alguns comerciantes passaram a vender fracionado, por 50 centavos.
Mas o incenso que ganhou popularidade e aceitação, no entanto, não traz na embalagem informações sobre sua composição e nem autorização para venda do Brasil.
Há relatos de problemas respiratórios e até intoxicações causados após o uso do produto.
O médico dermatologista Rogério Leal, em entrevista ao PNB, fez um alerta: É preciso ter cuidado com o excesso de exposição a esse incenso. Não se sabe a composição dele, pois as informações são todas em holandês, e não dá para dizer se existe alguma substância que faz mal a saúde. A fumaça inalada pode causar reações contrárias, principalmente para quem já tem problemas respiratórios como asma, bronquite, rinite. Além disso, alguns incensos podem vir com substâncias altamente tóxicas como benzeno e outras. No caso deste incenso, chamado de pau da muriçoca, fica difícil até para nós profissionais avaliarmos, já que não há informações concretas do produto e suas substâncias”, esclareceu o médico.
Dr. Rogério orientou ainda que, em qualquer sinal de reações tóxicas e alérgicas, a pessoa deve procurar assistência médica imediatamente: “É preciso ter muito cuidado. Ao menor sinal de desconforto respiratório ou algum sintoma de alergia na pele, é recomendável procurar um médico e fazer o desuso do produto”, acrescentou.
Redação PNB