Justiça determina transferência de ex-policial civil de Remanso, condenado a mais de 33 anos de prisão, para presídio de segurança máxima, em Salvador

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A Justiça da Bahia determinou a transferência do ex-investigador da Polícia Civil de Remanso, Cristovão Francisco Gomes Ribeiro, do Conjunto Penal de Serrinha para o Conjunto Penal Masculino de Salvador. Ele foi condenado a penas que somadas totalizam 33 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, em regime fechado, e 4 meses de detenção, por diversos crimes (vide processo abaixo).

De acordo com a decisão judicial, a permanência em Serrinha estava em desacordo com o Provimento CGJ nº 01/2023, que define critérios para alocação de detentos. A medida também considera que “o sentenciado apresenta histórico de conduta incompatível com a
disciplina carcerária, com registros de atos de indisciplina durante sua custódia, uso indevido de aparelho celular enquanto custodiado, tentativa de fuga da carceragem da Corregedoria da Polícia Civil da Bahia e, ainda, ameaça direcionada a autoridades públicas que atuaram na apuração de seus delitos, incluindo um Deleggado Corregedor da Polícia Civil, circunstância que denota elevado grau de periculosidade”.

O pedido de transferência foi apresentado pelo Ministério Público e acatado pela Justiça local.

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Cristovão Francisco Gomes Ribeiro e outros Policiais Civis da Bahia foram alvos da operação Internal Cleaning deflagrada em fevereiro de 2023. Em maio do ano passado eles foram julgados e condenados, por integrar uma organização criminosa com atuação nas cidades  de Remanso, Pilão Arcado, Juazeiro, Campo Alegre de Lourdes,  Norte da Bahia, e também em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

Entre os condenados estava também o delegado Rogério de Sá Medrado, apontado como líder do organização, sentenciado a 51 anos e 11 meses, com 03 anos de detenção em regime fechado, além de multas e perda do cargo. Já o investigador de polícia civil, Cristovão Francisco Gomes Ribeiro, foi condenado a mais de 33 anos de prisão, também em regime fechado, e perda do cargo.

Ainda no desdobramento da operação Internal Cleaning, outros policiais civis foram condenados, são eles: o escrivão de polícia civil Marcílio José Brandão dos Santos, condenado a uma pena de 17 anos e 01 mês em regime fechado, Willian de Castro Baiaão, investigador de polícia civil, com 08 anos e 03 meses, em regime semi-aberto, Enyo Barbosa dos Santos, servidor da polícia civil, recebeu pena de 05 anos e 03 meses, em regime semi-aberto, enquanto Amilton Borges Lopes teve sua pena substituída por duas restritivas de direito, apelação em liberdade.

Além das condenações, foi decretada a perda dos bens apreendidos durante a operação, demonstrando a severidade das medidas tomadas pela justiça em relação aos envolvidos. Ainda durante o julgamento houve a absolvição no caso de Lázaro José Gomes Reis.

Investigação 

Segundo as informações, a investigação foi iniciada após diversas denúncias à Corregedoria da Policia Civil, noticiando que policiais lotados nas Delegacias de Remanso e Pilão Arcado, estariam praticando crimes contra a população local, como roubos de veículos; desmanches de bens automotivos apreendidos na unidade policial; comercialização de veículos ou peças ilicitamente; comercialização de armas de fogo; apropriação de bens aprendidos na atividade policial; exigência de vantagens indevidas em razão do exercício funcional; tráfico de substâncias entorpecentes e homicídios.

Ainda de acordo com as denúncias, o grupo criminoso, inserido dentro da Polícia Civil de Remanso, também atuava em outras cidades locais, e era liderado pelo Delegado de Polícia Civil Rogério Sá Medrado. A organização criminosa ainda teria a participação de policiais civis, dentre estes, os investigadores Cristovão Francisco Gomes Ribeiro e William de Castro Baião, e o Escrivão Marcilio José Brandão dos Santos, lotados na Delegacia de Polícia Civil de Remanso/BA, bem como por pessoas que não são agentes policiais, dentre estas, Luciano Eduardo de Souza, Luciano Vandré Teixeira Oliveira, Caíque, Hamilton, mecânico conhecido como “Feio”, e José Eildo Sobral Pereira, o conhecido como “Nenem Cabrobó”.

As denúncias apontaram ainda que o grupo atuava no tráfico ilícito de substâncias entorpecentes e na prática de homicídios, que seriam executados pelos investigados Luciano Eduardo de Souza, e Luciano Vandré Teixeira Oliveira.

 

Redação PNB

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