Universitários e trabalhadores que dependem do transporte público interestadual entre Juazeiro, no Norte da Bahia, e Petrolina, no Sertão pernambucano, vêm enfrentando dificuldades ao longo desta semana. Segundo relatos, desde que a empresa Atlântico Transportes assumiu as linhas que circulam entre as cidades irmãs, na última segunda-feira (1), têm sido registrados atrasos e inconsistências nos horários, provocando transtornos para quem precisa cumprir compromissos diários.
O pai de duas universitárias que utilizam o transporte relatou que o ônibus das 15h10, horário que estudantes se deslocam até às universidades em Petrolina, não tem circulado.
“Na segunda-feira, o ônibus de 15h10 simplesmente não apareceu no terminal. O motorista que estava lá disse que não ia fazer a linha da faculdade. Os alunos ficaram esperando, sem saber o que fazer”, contou.
Ele afirma que a empresa prometeu normalizar o horário, mas o problema voltou a ocorrer no dia seguinte.
“Ontem, esperaram de novo e o ônibus não apareceu. Minha filha precisou pegar Uber para ir para a faculdade. Tá complicado demais”, declarou.
Segundo ele, a chegada da nova empresa trouxe ainda mais insegurança quanto à regularidade das linhas.
“Quando era a Joafra, os ônibus eram ruins, sucateados, mas cumpriam o horário. Agora, com a Atlântico, já começou mal. Os estudantes estão sendo deixados no terminal sem transporte”, afirmou.
Estudantes que dependem do transporte também criticaram o fato de estarem pagando o valor integral da passagem.
“É sempre uma humilhação o que fazem com os estudantes dessas linhas. Além de pagar mais caro, ainda ficamos na incerteza se vai ter ônibus. O aumento da passagem sem nenhum aviso prévio é um absurdo. Preciso me deslocar diariamente até a universidade e sempre me programo com a quantidade de passagens que carrego no cartão, mas nesta semana fui pega de surpresa com esse aumento e principalmente, com a inconsistência nos horários”, declarou uma estudante.
Outro universitário também relatou os prejuízos causados pela ausência do ônibus no horário destinado aos universitários.
“Nos dois últimos dias tive um gasto não previsto porque o ônibus de 15h10 não passou. Fiquei aguardando no terminal com outros estudantes e nada. Tivemos que pegar Uber para ir até a universidade, e teve gente que voltou para casa porque não tinha como pagar o transporte de aplicativo na ida e ainda correr o risco de não ter ônibus para voltar”, relatou.
Embora o direito à meia passagem em linhas interestaduais não tenha amparo legal, o benefício pode ser oferecido voluntariamente pela empresa responsável pelo serviço, como era feito pela Joafra Transportes até junho de 2022.
Encaminhamos as reclamações para a Atlântico Transportes.
Redação PNB
