A Operação ‘Blue Hope’ foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (3) para investigar possíveis falhas em procedimentos sanitários ligados ao programa de reintrodução da ararinha-azul, ave símbolo da Caatinga e uma das espécies mais ameaçadas de extinção. As ações ocorreram em Curaçá, no Norte da Bahia, e em Brasília.
De acordo com informações preliminares, empresas e profissionais teriam descumprido protocolos essenciais, o que pode ter permitido a disseminação do circovírus aviário (PBFD). O vírus é altamente contagioso, não possui tratamento e pode se espalhar para outras espécies.
O foco das investigações é justamente o PBFD, enfermidade sem cura conhecida e capaz de provocar graves danos não apenas à ararinha-azul, mas também a outras aves da Caatinga. A suspeita é de que o vírus tenha se propagado após a adoção de práticas inadequadas no setor responsável por receber e monitorar os animais destinados à reintrodução na natureza.
A PF também identificou indícios de resistência ao cumprimento de medidas emergenciais recomendadas pelo ICMBio, como isolamento, testagens constantes e recolhimento de aves em situação de risco. São procedimentos considerados indispensáveis para evitar o avanço do vírus e preservar anos de esforços voltados à conservação da espécie.
Os investigados podem responder por crimes ambientais relacionados à propagação de doenças que afetam a fauna e pela morte de animais silvestres, além de possíveis tentativas de dificultar a fiscalização. As penas podem chegar a oito anos de prisão, além de multas e outras sanções administrativas.
Redação PNB, com informações do Bahia Notícias
