“Acordar às 5:30h da manhã, cuidar da alimentação da família, cuidar da higiene, arrumar a bolsa do bebê para deixá-lo na creche, não esquecer de levar a roupa da academia para praticar exercício físico (se tiver um tempinho), estar pontualmente às 8:30h na reunião do trabalho e ter que fazer o exercício para levar para a pós graduação” são desafios diários comuns na vida de mulheres que, com as vitórias conquistadas ao longo da história em espaços como o lar, escola e no mercado de trabalho assumem papéis que há pouco tempo eram exclusivos dos homens, e assumem esses papéis de maneira louvável.
Os desafios de conciliar múltiplos papéis, o da maternidade e a vida profissional, por exemplo, requer planejamento, dedicação e disponibilidade de tempo além de autoconhecimento.
Para conciliar os papéis é de extrema importância se entregar totalmente à função que está sendo desenvolvida no momento, se o momento é dos filhos, utilizar o tempo com qualidade, oferecer o melhor com muita calma, paciência e amor, se o momento é de estar no trabalho, dedicar-se e empenhar-se. Levar estresse do trabalho para casa ou problemas pessoais para o trabalho interfere no bom desempenho de ambas as jornadas.
Atualmente aconteceram inúmeras transformações na dinâmica familiar, hoje o pai participa mais ativamente no cuidado com os filhos e até nas tarefas domésticas, até porque, para que haja o desempenho dos papéis de maneira saudável, a mulher precisa contar com uma rede de apoio, seja com a contribuição de familiares, creche, escola, secretária do lar… Compartilhar as tarefas do dia a dia é imprescindível.
Assumir ambos os papéis pode ser uma escolha que representa realização pessoal, o que faz com que a mulher se sinta uma verdadeira heroína ou pode ser uma necessidade, financeira por exemplo. O sentimento de culpa é o grande vilão nesse processo quando a mãe acha que não está sendo boa o suficiente para o seu filho, e nesses casos é bom lembrar que a quantidade do tempo dispensado aos pequenos só é valida se tiver qualidade, o que pode acontecer mesmo em um período de tempo bem mais reduzido. Saber lidar com as frustrações e compreender que não é possível alcançar a perfeição, aceitar as falhas e priorizar algumas coisas ajudará a mulher a manter o equilíbrio.
E no final do dia os desafios continuam… Se apresentar sempre bem vestida e com cabelos e unhas bem cuidadas, namorar o marido, ligar para uma amiga e parabenizá-la pela passagem do seu aniversário, ajudar o filho a fazer a tarefa escolar, lavar roupa… Enfim somos ou não somos guerreiras?
POR: Rosiane Carneiro Melo, Psicóloga formada pela UNICAP- Universidade Católica de Pernambuco; CRP: 02/12.125
Especialista em Neuropsicologia pelo CPHD- Centro de Psicologia Hospitalar e Domiciliar do NE Ltda, e Especialista em Saúde da Família pela UNIVASF- Universidade Federal do Vale do São Francisco