“O plano inicial da dupla era realizar um assalto”: já estão presos, em Juazeiro, os acusados pelo brutal assassinato do motorista de aplicativo Diego Monteiro

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Nesta terça-feira (29), a Polícia Civil de Juazeiro prendeu os dois acusados pela morte do motorista de aplicativo Diego de Araújo Monteiro, 24 anos, ocorrida na madrugada do último dia 13 de março, no bairro Quidé, em Juazeiro.

A Justiça deferiu o pedido de prisão preventiva dos dois acusados, feito pelo Promotor Raimundo Moinhos, na data de ontem (28).  Os acusados de iniciais A. M. V dos S. J, 19 anos e I. D. da S. S, também de 19 anos, foram presos hoje.

O corpo de Diego Monteiro foi encontrado, carbonizado, em um veículo GM Prisma.

De acordo com a PC, inicialmente a versão dada por um dos acusados foi de que “a motivação do crime teria sido em razão de uma suposta dívida de drogas que a vítima tinha com I. D. da S. S”.

No entanto, esta versão foi desconstituída durante as investigações, pois “foram constatados pontos de divergência entre as informações prestadas pelo acusado e a realidade fática”, informou o delegado Thiago Pessoa.

Durante o interrogatório, o acusado de iniciais I. D. da S. S afirmou que “o plano inicial da dupla era realizar um assalto, e que ao anunciarem o roubo do veículo a vítima teria se desesperado e tentado pegar um objeto debaixo do banco (supostamente uma faca), o que motivou os investigados a desferirem golpes de arma branca em Diego, que foi a óbito momentos depois”.

I. D, da S. S ainda afirmou que “a decisão por atear fogo no carro e na vítima foi para dificultar a investigação para que não fossem identificados, e que a gasolina foi comprada num posto 24h da cidade de Juazeiro”.

No último sábado (26), familiares e colegas de Diego de Araújo Monteiro procuraram o PNB para contestar a primeira versão dada por um dos acusados que ligava a vítima a um envolvimento com drogas.

Eles afirmavam que Diego nunca foi usuário de drogas e muito menos tinha dívida com traficantes.

Nossa equipe conversou com a mãe de Diego, Cícera Freitas de Araújo.

“Estou aqui para dizer a pessoa maravilhosa que Diego era para mim, a mãe dele. Nós dois só vivíamos juntos. Nunca vi meu filho com certas coisas. Meu filho começou a trabalhar ainda na adolescência. Trabalhava comigo e depois começou a trabalhar como motorista de aplicativo. Ele era uma pessoa maravilhosa, que eu nunca mais vou esquecer. Não sei porque esses rapazes tiraram a vida do meu filho. Eles arrancaram um pedaço de mim. Estou sofrendo muito. Meu filho nunca foi usuário de droga. Ele sempre me falava: ‘Mãe, eu vejo colegas meus usando, mas eu nuca vou usar. Não gosto dessas ‘coisas’. Ai vem esse cara dizer que meu filho estava devendo droga? Não aceito que ninguém fale isso. Meu menino era direito, um trabalhador. Um filho maravilhoso, que toda mãe gostaria de ter”, desabafou a mãe da vítima.

Nós também ouvimos motoristas de aplicativo, colegas de Diego Monteiro, que reafirmam a boa conduta da vítima que foi esfaqueada e teve o corpo queimado dentro do próprio veículo.

De acordo com eles, Diego e mais poucos motoristas tinham uma espécie de “parceria”, com um espaço de festas situado no bairro Sol Levante e eram indicados para levar passageiros até o local. Portanto, os números dos motoristas eram divulgados pelo espaço para os frequentadores.

Uma semana antes do crime, um deles chegou a pegar como passageiro um dos acusados pela morte de Diego, também na rotatória do bairro Pedra do Lorde, mesmo local para onde o jovem assassinado foi chamado no dia do crime. Quando o passageiro entrou no veículo, o motorista suspeitou das conversas e lembrou ao passageiro que o veículo era rastreado, segundo os profissionais.

“As conversas que ele puxava eram muito estranhas e suspeitas. Eu fiquei assustado e tentei despistar, lembrei que o carro era rastreado e talvez isso tenha intimidado ele”, contou o motorista ao PNB.

Ele relata ainda que, no mesmo dia em que Diego foi assassinado, o acusado, primeiro, ligou para ele pedindo para ir buscá-lo na Pedra do Lorde, mas ele negou a corrida.

“Mesmo eu colocando dificuldades para fazer a corrida, ele insistiu para que eu fosse pegá-lo. Fiquei mais desconfiado e cancelei. Logo cedo soubemos desta triste notícia e ficamos chocados. Diego era um cara tranquilo, precavido, um trabalhador que se arriscava, como todos nós motoristas de aplicativos, para ganhar o pão de cada dia. Nunca ouvimos nada de envolvimento dele com drogas ou qualquer outro ato ilícito. Não acreditamos nesta versão do acusado, mas bandido diz o que quer mesmo. Suponho que os criminosos estavam atrás de qualquer motorista que estivesse trabalhando”, declarou.

Os profissionais abordaram ainda os riscos que correm no exercício da profissão, estando expostos à violência.

“Saímos de casa, sem saber se vamos voltar. Estamos nesta luta, durante o dia e nas madrugadas, porque precisamos ganhar o pão de cada dia, mas os riscos são muitos. Estamos expostos. Não acreditamos nesta versão. É muito fácil matar uma pessoa e depois dizer o que quer como motivação. Tem que se considerar que se tratava de um trabalhador que atua numa profissão de alto risco, e que muitos neste Brasil a fora, já foram assassinados. Somos  presas fáceis. Matam para roubar, para fazer o mal. Jogar o nome do trabalhador, como sendo envolvido com drogas, é o caminho mais fácil para se defender ou para colocar o crime como elucidado,” desabafou um profissional ao PNB.

Eles relembraram ainda a tentativa de latrocínio sofrida pelo então motorista de aplicativo Joel Victor de Souza, 21 anos, ocorrida em janeiro de 2020. Na época, o motorista, que residia em Petrolina, Pernambuco, teria atendido a uma chamada no Residencial Brisa da Serra, onde dois homens e uma mulher embarcaram, e foi atacado pelos passageiros ao chegar no bairro Quidé.

 

Da Redação PNB

1 COMENTÁRIO

  1. Acho um puta desserviço uma página postar a foto bem estampada da vítima mas não divulgar foto nem sequer o nome de dois marmanjos de 19 anos. Eles não são menores, são vagabundos, são bandidos, são assassinos e a sociedade precisa ver a cara desses marginais. Falta de respeito isso.

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