Preocupados com o fechamento do Hospital de Campanha de Juazeiro, anunciado nesta terça-feira (31), pela Prefeita Suzana Ramos, pelas suas redes sociais, leitores do PNB procuraram nossa redação para questionar a decisão, levando em conta que o fim da pandemia não foi anunciado e há um aumento de casos já anunciado pela Fiocruz. O município alegou queda no número de internações na unidade.
Conforme a Fiocruz, há um aumento de mortes e internações no Brasil por conta da estagnação da vacinação com as doses de reforço. Em 21 dos últimos 31 dias de março, a média móvel de mortes ficou acima de 100. O acumulado de vítimas da doença é de 666.727.
O Brasil notificou 41.486 novos casos de covid entre as 20 horas desta segunda-feira, 30, e o mesmo horário desta terça-feira, 21. A média móvel de testes positivos, dos últimos 7 dias, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, é de 26.206. É o maior patamar alcançado desde 30 de março. No total, já são 31.016.354 casos da doença.
O País registrou 159 novas mortes nas últimas 24 horas. A média móvel está em 110. Há uma semana o patamar permanece superior a uma centena.
“Quem disse a prefeita de Juazeiro que a pandemia acabou? Os noticiários alertam para um aumento no número de casos no país, alguns municípios já voltaram a obrigar o uso de máscara e a gestora fecha do dia para a noite o Hospital de Campanha, alegando queda no número de infectados. Agora eu pergunto: a prefeitura está testando realmente? E se houver aumento dos casos, se consegue erguer uma estrutura para atender a demanda? Muito temerário e preocupante”, avaliou um comerciante da cidade.
“A gestão bolsonarista de Suzana Ramos acompanha o Governo Federal até nos erros. A ONU não decretou o fim da pandemia, mas o governo negacionista de Bolsonaro anunciou o fim do estado de emergência decretado em função da pandemia. A prefeita está assumindo o risco de deixar os juazeireses sem atendimento, caso haja um aumento nos casos como já se anuncia em outros municípios. Esta economia pode custar caro, pode custar a nossa saúde. Ou é muito otimismo ou imperícia”, avaliou Jorge Figueiredo, leitor do PNB.
Casos na Bahia
Nesta terça-feira (31), a Bahia registrou 493 casos da covid-19, de acordo com dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado. Foram contabilizadas três mortes em decorrência de complicações com o SarS CoV 2.
A cidade de Guanambi, localizada a cerca de 800 km de Salvador, voltou a exigir uso de máscaras em ambientes fechados e com controle de público, devido ao aumento de casos de Covid-19 no município. O decreto nº 902 foi publicado na edição extra do Diário Oficial do Município na noite de segunda (30).
Hospital de Campanha
O HC foi inaugurado no dia 10 de agosto de 2020 pelo então prefeito Paulo Bomfim, com o objetivo de ampliar a oferta de leitos durante o enfrentamento da pandemia no município. A unidade de saúde contava com 30 leitos equipados para receber pacientes intermediários. Desde setembro do ano passado, a unidade vinha funcionando com 20 leitos, sendo 10 para pacientes intermediários, cinco para pacientes em investigação de diagnóstico e cinco para pacientes mais graves que precisam de suporte ventilatório.
Nesta terça-feira (31), Juazeiro registrou quatro novos casos da Covid-19. Não foi registrado óbito por complicações da doença nesta terça-feira (31), segundo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). O município permanece com 485 mortes por Covid-19 e tem 17 casos ativos do novo coronavírus.
Na rede PEBA (hospitais de Pernambuco e Bahia), o percentual de ocupação dos leitos de UTI é de 30%, com 31 leitos disponíveis. Como a Central de Regulação Interestadual de Leitos (CRIL) finalizou os contratos do Pernambuco e Bahia com o hospital Promatre, não existem os leitos de UTI no território de Juazeiro.
Denúncias de precariedade
Nos últimos meses, o PNB recebeu denúncias sobre a precariedade no atendimento do HC. No dia 23 de abril deste ano, o usuário Joaquim Sena reclamou da falta de lençóis e toalhas para os pacientes na unidade, relatando o caso de um paciente que estava internado na unidade passando frio.
“O paciente passou a madrugada toda se tremendo de frio, sem nenhum pano para se embrulhar. Eu conversei com um funcionário da instituição, e ele me falou que estava complicado até para dá banho nos pacientes, pois após o banho não tinha uma toalha ou lençol para enxugar o paciente”, disse na época.
Na ocasião, a Secretaria de Saúde informou que devido à alta rotatividade de lavagens em ambiente hospitalar, os lençóis se desgastam rapidamente, e que entraria em contato com o fornecedor para garantir mais lençóis para a unidade.
Em janeiro deste ano, um servidor relatou a sobrecarga de trabalho e a exaustão dos profissionais de saúde que atendem no hospital.
“Estamos com uma sobrecarga de trabalho. São poucos profissionais e a assistência aos nossos pacientes é precária”, disse o profissional.
Redação PNB