A dona de casa Aline Lucia da Silva Santos, 30 anos, internada há mais de 40 dias no Hospital Regional de Juazeiro, Norte da Bahia, fez contato com o PNB, para relatar o sofrimento que vem passando para conseguir um tratamento de saúde.
Ela foi internada no dia 3 de fevereiro, após sentir fortes dores abdominais.
“Dei entrada no Hospital Regional com fortes dores na vesícula, vim através de encaminhamento da UPA de Juazeiro, com o exame de ultrassom abdominal total mostrando que realmente eu estava com pedras na vesícula. No Regional, após fazer exame de sangue foi constatada uma Pancreatite Aguda Biliar”, contou a paciente.
Mãe de 3 filhos, Aline conta que esperou cerca de 15 dias para realizar um exame, o CPRM- Colangiopancreatografia por Ressonância Magnética, uma nova forma de avaliar as vias biliares e pancreáticas, mas acabou não fazendo o procedimento por erro no encaminhamento.
“Esperei até dia 17 de fevereiro por uma ressonância conhecida por CPRM biliar, o mesmo teria que ser feito na Policlínica de Juazeiro. No dia marcado para fazer o exame, a enfermeira que estava de plantão, me mandou para Políclinica sem ter realizado nenhum tipo exame como Raio-x, exame de sangue pra ver a creatina, eletro e, sem o mais importante, a guia do hospital. Foi então que me mandaram para a clínica CDI de PETROLINA, no horário e local errados, já que o exame estava marcado para ser feito em Juazeiro. Assim, perdi o exame e tive que esperar mais 15 dias para fazer em 03 de março”, disse Aline ao PNB.
A saga de Aline não parou por aí. Feito o exame, o CPRM, foi constatado que ela estava com cálculos no canal da vesícula e precisa de um outro exame, o CPRE, que tem como objetivo detectar e tratar doenças do sistema digestivo .
“Durante esse tempo já tive três crises com dores horríveis. Pensei que eu fosse morrer de tanta dor. O exame CPRE só sai com 2 ou três meses”, contou a paciente que ressaltou ainda o seu sofrimento neste tempo de internamento na instituição hospitalar.
“Tem 15 dias que estou em um quarto aqui no Hospital Regional, mas passei um mês no corredor porque não tinha leito no quarto Duas colegas que fiz aqui dentro já faleceram a espera de atendimento. Nesse momento tem dois senhores no corredor em frente ao necrotério do hospital esperando por uma vaga no quarto. Venho pedir socorro. Tenho 3 filhos pequenos e preciso ser tratada para voltar a cuidar de minha família”, pediu a mulher.
Nós enviamos a situação de Aline Lucia para o Hospital Regional de Juazeiro.
Em resposta, o HRJ informou que” para o diagnóstico da referida paciente, foi necessário realizar uma colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM), exame que HRJ não dispõe, mas que já foi efetuado em outra unidade hospitalar. Além deste, a paciente também precisa de uma colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) e aguarda regulação junto à Central de Regulação Interestadual de Leitos (Cril) para a realização. Ressaltamos que todos os cuidados multiprofissionais estão sendo disponibilizados durante o internamento, assim como estratégias de acolhimento emocional”.
A instituição hospitalar finalizou a nota pontuando que “atualmente, o complexo hospitalar enfrenta situação de superlotação”.
Enviamos a situação da paciente para a Cril- Central Interestadual de Regulação de Leitos.
Redação PNB



