Após familiares do idoso José Raimundo dos Santos, 65 anos, reclamarem que a ambulância enviada pela Secretaria de Saúde de Juazeiro, no Norte da Bahia, ao Hospital Roberto Santos, em Salvador, para transportar o paciente não era adequada, a Sesau se manifestou.
O idoso morreu na porta de casa, no Residencial São Francisco, vítima de uma parada cardíaca, na tarde dessa terça-feira (26), após cerca de 10 horas de viagem, relatou a família.
Em nota, a Sesau informou que “lamenta a perda e se solidariza com os familiares ao tempo que ressalta ter seguido todas as orientações descritas pelo Hospital Roberto Santos, no laudo de alta médica do paciente. O documento não exigia a presença de um técnico de enfermagem, nem orientações distintas do transporte enviado”.
Voltamos a questionar o órgão se este tipo de ambulância costuma ser utilizada para o transporte de pacientes em recuperação que necessitem fazer viagens longas, como no caso de Salvador. Se não seriam destinadas ao serviço básico e se não haveria necessidade de um veículo do tipo Unidade de Serviço Avançado para este tipo de caso.
A Sesau respondeu que “As ambulâncias destinadas ao transporte de pacientes para outros municípios seguem as orientações do prontuário ou relatório de alta do paciente”.
Em novo contato com o PNB, Lucas Ribeiro, filho do idoso que morreu na tarde ontem, rebateu a resposta da Sesau.
“Talvez o hospital não tenha feito essas exigências, mas até os profissionais de saúde do Hospital Roberto Santos se assustaram com ambulância que chegou lá, enviada pela Secretaria de Saúde de Juazeiro. O próprio motorista da ambulância falou que o veículo era uma ‘bomba’. O carro não tinha ventilação nenhuma e a viagem demorou cerca de 10h, nesse calor que estamos enfrentando. Ontem foi um dos dias mais quentes do ano. Faltou o mínimo de preocupação da Sesau com a logística da viagem. Eles não levaram em consideração que se tratava de um idoso que ainda estava se recuperando de um AVC e que tinha ficado dias internado na UTI. Até a maca da ambulância estava rasgada. Além disso, não enviaram nenhum profissional de saúde para acompanhar meu pai. O sentimento que a gente tem é que se fosse uma outra ambulância adequada, que tivesse uma técnica de enfermagem, ou uma enfermeira, ou algum médico dentro, a situação terminaria de uma outra forma”, declarou o filho do idoso.
Relembre o caso
Após receber alta do Hospital Roberto Santos, em Salvador, onde ficou internado por dez dias, Seu José Raimundo Dos Santos, 65 anos, morreu na porta de casa, no Residencial São Francisco, vítima de uma parada cardíaca, na tarde desta terça-feira (26).
Indignados, familiares do idoso procuraram o Portal Preto No Branco para relatar que o transporte do idoso foi feito em uma ambulância inadequada. O veículo foi enviado a Salvador pela Secretaria de Saúde de Juazeiro.
“Acabei de perder meu pai que vinha de uma viagem de Salvador no carro da prefeitura. Ele estava internado no Hospital Roberto Santos e foi através da regulação. Teve alta, a prefeitura mandou um carro que o pessoal do hospital falou que não era o indicado para uma viagem de 10h. Uma ambulância pequena, sem ar condicionado nesse calor, sem nenhuma estrutura. Também não mandaram nenhum profissional médico ou enfermeiro na ambulância. Assim que ele chegou em casa sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Assim que o carro parou, ainda estavam colocando ele pra dentro,” contou Lucas Ribeiro, filho do idoso.
Abalado com a perda do pai, Lucas acrescentou: Ele estava 100%, chegou na UTI no Roberto Santos, já tinha saído da UTI, estava apenas na enfermaria, com tudo sob controle. Tanto que segunda-feira resolveram dar alta a ele. Pressão estava ok, tudo certo. Estamos numa tristeza sem fim, pois era pra ser um dia de alegria para recebê-lo, depois de mais de dez dias internado. Preparamos tudo aqui, felizes com a chegada de meu pai e acontece uma coisa dessa. Estamos indignados, é um sentimento horrível!,” confessou o filho.