“Covardia”: Comunidade de Curaçá protesta contra morte do jovem Caíque dos Santos durante ação policial

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A comunidade de Curaçá realizou um ato de protesto nesta segunda-feira (8) contra a morte de Caíque Santos Ferreira, de 19 anos, morto durante uma ação da Polícia Militar na última sexta-feira (5).

O protesto foi marcado por muita comoção. Os manifestantes, incluindo familiares do jovem, líderes religiosos, estudantes, professores, políticos e pessoas da comunidade pediram justiça, considerando o ato como uma covardia da Polícia Militar. Os manifestantes repudiaram a versão da PM que chegou a divulgar que o jovem disparou tiros contra os  agentes do Estado e portava drogas.

“Os policiais dispararam tiros contra Caíque, um jovem querido e sem passagens pela polícia. A comunidade de Curaçá não vai silenciar e nem aceitar essa versão mentirosa contra um filho da cidade que foi covardemente assassinado”, disse uma fonte do PNB que participou do ato.

Os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade, acompanhados por familiares de Caíque, incluindo a mãe do jovem, que, bastante abalada, pediu que as autoridades façam justiça pelo filho. O ato teve paradas no fórum e na Câmara de Vereadores.

Durante o percurso, muita comoção. As pessoas choravam expressando um sentimento misto de revolta e tristeza.

Crime

Caíque Santos Ferreira foi assassinado a tiros durante ação da Polícia Militar, na entrada da cidade, crime ocorrido na sexta-feira (5).

O caso foi registrada na 17ª COORPIN como morte decorrente de intervenção policial.

Conforme informações de testemunhas que preferem não ser identificadas, no momento do ocorrido ele, que voltava do trabalho, estava empurrando a motocicleta por falta de gasolina, e foi abordado por Policiais Militares. Ainda segundo as testemunhas, mesmo sem reação, o jovem foi atingido pelos disparos que teriam sido efetuados pelos agentes da PMBA. Caíque não tinha passagem policial, conforme as informações.

A morte do jovem gerou grande comoção e indignação entre os moradores, que realizaram uma manifestação durante o sepultamento do jovem no sábado (7). Motoqueiros circularam pelas ruas da cidade pedindo justiça e em repúdio a ação da Polícia Militar. A PM chegou a alegar que Caíque estava em situação irregular e portava drogas, o que é veementemente refutado pela comunidade.

“Houve um cortejo durante o sepultamento de Caíque, um jovem bastante querido pela comunidade e que não tinha nenhuma relação com crimes. O corpo percorreu as principais ruas da cidade e as pessoas fizeram uma manifestação pedindo justiça. A população está  revoltada com a alegação da PM de que Caíque estava armado e portando droga. Essa resposta da corporação é repetitiva, também em outros casos, injusta e irresponsável, pois além de não corresponder com a verdade dos fatos, macula a imagem do jovem, o que representa mais violência contra a vítima e sua família”, disse uma fonte do PNB que conhecia o jovem há anos.

Pelas redes sociais do PNB, seguidores reforçaram a boa conduta do jovem e levantaram questionamentos sobre a atuação da Polícia Militar na região, pedindo uma investigação transparente e rigorosa para esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados.

A 45ª CIPM, em Curaçá, em nota, informou “que, em relação ao incidente ocorrido na última sexta-feira, 05 de setembro, em Curaçá, envolvendo policiais militares desta unidade, todas as providências necessárias foram tomadas de imediato. Garante, ainda, que o caso será devidamente apurado em conformidade com a legislação vigente, assegurando transparência e responsabilidade na condução das investigações. A 45ª CIPM reafirma o seu compromisso com a legalidade, a disciplina e a ética profissional, garantindo à sociedade baiana um trabalho sério, responsável e pautado no respeito às normas.

No entanto, em nota enviada ao Portal Preto no Branco, a PC-BA informou, no sábado (6) que, “segundo informações da PM, uma guarnição estava em ronda na região da Vila da paz, no município de Curaçá, quando foi alvejada por disparos de arma de fogo efetuados um homem, em uma motocicleta, ao tentar abordá-lo. No confronto, o suspeito foi atingido e socorrido ao Hospital de Curaçá, onde não resistiu. Guias de perícia e necropsia foram expedidas. Um revólver, munições e porções de maconha foram apresentadas na unidade policial pelos militares”.

Neste domingo (7), a PC, procurada pelo PNB, informou que já foi instaurado um Inquérito Policial para apurar os fatos. “Uma equipe da Polícia Civil esteve ontem em Curaçá, onde iniciou as investigações sobre o fato. O delegado da cidade tem 30 dias pra concluir o inquérito,”

 

Redação PNB

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