O gerente comercial Carlos Henrique, morador do bairro Piranga, em Juazeiro, em um texto enviado ao PNB, nesta segunda-feira (3), cobrou fiscalização dos órgãos competentes aos estabelecimentos comerciais como frigoríficos, padarias, açougues, supermercados e postos de combustíveis.
Ele argumenta que em outras cidades as operações de fiscalização são rotineiras e expressou sua preocupação com a ausência de uma vigilância mais ativa e atuante no município de Juazeiro, Norte da Bahia.
Confira:
“O paraíso silencioso das autoridades dessa cidade”
Parece que na minha cidade reina uma paz tão sólida que mal se lê notícias de alguma irregularidade, por vezes parece até um assunto proibido, já que no meio de dezenas de blogs e portais no vale, ninguém lê uma notícia sobre fiscalização, quem dirá apreensão… Enquanto isso… em outros cidades e estados, MP, PROCON e vigilância regulatória operam a pleno vapor.
Em Salvador e em Feira de Santana, por exemplo, O Ibametro após constatar irregularidade, resolveu lacrar bombas, recolheu CPUs, e interditou postos de gasolina que vendiam menos do que mostravam no visor da bomba.
Mas aqui? Silêncio. A bomba gira, o visor mostra, e a provável gambiarra (ou não) segue como se não houvesse necessidade de fiscalização.
Descendo, chegamos em Vitória da Conquista, onde mais de 11 mil produtos vencidos ou estragados foram apreendidos em padarias, que foram interditadas. Aqui? As padarias abrem, produzem, vendem, comem “o pão nosso de cada dia” — sem nenhuma luz de fiscalização acesa.
Há uns 10 anos, entrei no fundo de uma padaria na Flaviano Guimarães, fiquei quase 1 ano sem consegui comer nenhum outro pão.
Voltando a capital, uma operação que apreendeu meia tonelada de carne e fechou dois açougues por venda de produto sem procedência ou impróprios pra consumo. Aqui? A carne chega, o espetinho gira, o açougue também — O cheiro insuportável em alguns lugares denuncia, mas quem vai bater à porta da clandestinidade jamais aparece.
No Ceará, “operação Dose Limpa”, apreendendo cerca de **200 mil litros de bebidas com suspeita de adulteração”. Em Minas Gerais, mais de 15 mil garrafas para falsificação de bebidas foram apreendidas.
Em São Paulo e em Pernambuco, as apreensões juntas, ultrapassam a casa de meio milhão entre rótulos e bebidas falsificadas. Fábricas clandestinas foram fechadas e bares interditados. Enquanto isso, por estas bandas, se você quiser adulterado ou sem origem, provavelmente acha com a mesma facilidade de encontrar água no rio — e sem alarde. Nesse momento, permitam-me um momento de reverência silenciosa à minha “tranquilidade” de saber que em minha cidade não acontece nada disso!
Órgãos competentes? Ou Incompetentes? A defesa do consumidor? Um mito urbano tão raro quanto… bem, uma fiscalização real.
Claro que isso não é para comemorar — nada disso. É para provocar. Se lá fora já é necessário intervir, lacrar, apreender, fechar, fiscalizar… aqui, a ausência desses gestos chega a parecer privilégio — de quem? De quem não será consumidor de produtos duvidosos, nem enganado no volume, nem arriscado ao comprar carne estragada.
Vale a pena seguir regras e normas uma vez que não há nenhuma fiscalização???
No paraíso silencioso da minha cidade, a única certeza é o silencia diante da inércia institucional que cerca os poderes, principalmente daqueles que deveria ditar as regras da legislação municipal. Até quando, Juazeiro?
Redação PNB/ imagem ilustrativa


