“Os gabaritos foram preenchidos com lanterna de celular”: estudantes relatam sufoco com apagão e calor durante o Enem em Juazeiro

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Candidatos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (9), no Colégio Estadual Dona Guiomar Barreto Meira, localizado no bairro João Paulo II, em Juazeiro, no Norte da Bahia, relataram problemas estruturais e de energia elétrica que afetaram o andamento da avaliação.

Segundo os relatos enviados à redação do PNB, a unidade não possui ar-condicionado, o que já teria dificultado a concentração dos participantes devido ao calor intenso. A situação piorou quando, na última hora da prova, a energia elétrica foi interrompida, deixando algumas salas às escuras.

“Na escola não tem ar-condicionado, e faltou luz na última hora da prova. Os gabaritos foram preenchidos com a lanterna do celular dos fiscais. Um absurdo! A gente paga caro pela inscrição e é colocado em um local sem estrutura nenhuma. Nesse calor, é impossível se concentrar”, desabafou uma estudante.

“O que fizeram com a gente foi o maior descaso! Passamos o ano inteiro estudando para no dia da prova nos colocarem em um local sem estrutura e sem energia. É inacreditável que concluímos o maior vestibular do país preenchendo o gabarito com a lanterna do celular”, disse uma vestibulanda.

“Por volta de 17h40, faltou energia no colégio, e o problema se estendeu até após o fim da prova. Em um exame exaustivo como o Enem, cada minuto importa, e passamos 1h20 de sufoco naquela sala. Com certeza, minha nota foi comprometida, não por falta de estudo, mas por falta de estrutura”, declarou outro estudante.

Os candidatos também questionam a escolha dos locais de prova feita pela coordenação do Enem em Juazeiro, pedindo que haja uma avaliação mais criteriosa quanto à estrutura e ao conforto dos espaços.

“A prova já é cansativa e exige muita concentração. Num ambiente tão quente e sem energia, fica ainda mais difícil. Esperamos que isso seja revisto para o próximo domingo”, completou outro participante.

“Os moradores disseram que é comum faltar energia aqui. Se isso é recorrente, por que permitiram que essa escola recebesse uma avaliação tão importante como essa? Por que não colocaram os candidatos em outro local?”, questionou outra estudante.

No primeiro dia do Enem, os participantes tiveram 5 horas e 30 minutos para responder às 90 questões das provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de elaborar a redação dissertativo-argumentativa.

Reaplicação da prova

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os participantes que se sentiram prejudicados pela falta de energia elétrica durante o Enem podem solicitar a reaplicação da prova por meio da Página do Participante.

O Inep considera a falta de energia que comprometa a visibilidade da prova como um problema logístico passível de análise, uma vez que pode interferir diretamente na realização do exame. Cada caso será avaliado individualmente pelo instituto.

A solicitação de reaplicação deve ser feita dentro do prazo estipulado pelo Inep, no endereço eletrônico https://enem.inep.gov.br/participante/. A reaplicação das provas para os casos previstos no edital está marcada para os dias 16 e 17 de dezembro.

Próxima prova

A segunda etapa do Enem está prevista para o próximo domingo (16), com 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia). Muitos candidatos demonstraram preocupação com a possibilidade de realizar novamente o exame na mesma escola, temendo a repetição dos problemas.

Encaminhamos as reclamações aos responsáveis pela coordenação local do Enem em Juazeiro, e também à Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), em busca de esclarecimentos sobre a interrupção no fornecimento de energia elétrica no local.

 

Redação PNB

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