PM acusado pela morte do jovem Caíque dos Santos, em Curaçá, tem Mandado de Prisão decretado e se apresenta à Delegacia, em Juazeiro

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O Policial Militar acusado de atirar contra o jovem Caíque Santos Ferreira, de 19 anos, morto durante uma ação da Polícia Militar, no município de Curaçá, na região Norte da Bahia, se apresentou à Delegacia de Polícia, em Juazeiro, na tarde desta quarta-feira (19). O Delegado Thiago Pessoa concluiu o Inquérito e o Mandado de Prisão foi decretado ontem (18). O crime ocorreu no dia 05 de setembro deste ano.

Nossa reportagem apurou que, neste primeiro momento, o PM ficará em uma unidade da corporação, em Juazeiro.

Em entrevista exclusiva ao Portal Preto No Branco, o Advogado Henrique Machado, que atuou na defesa dos interesses dos familiares da vítima, juntamente com o advogado Caio Guerra, falou sobre o caso.

“O PM Eneas Dogival de Souza Retrao foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia pela morte de Caique Santos Ferreira. A denúncia criminal apresentada pelo MPBA atribui ao acusado a prática de homicídio triplamente qualificado, diante da identificação de três circunstâncias: motivo torpe, meio que impossibilitou a defesa da vítima e emprego de arma de fogo de uso restrito. O Ministério Público também requereu a prisão preventiva do denunciado. O Juízo da Comarca de Curaçá recebeu a denúncia em todos os seus termos e decretou a prisão preventiva de Eneas Dogival. Além disso, o magistrado determinou o envio de cópia integral dos autos à Justiça Militar, para que sejam processados, além do Eneas Dogival, Emerson Williams Gomes, outro PM que estava na ação no dia do homicídio, pela prática de fraude processual, em contexto de possível abuso de poder, uma vez que ambos tentaram levar a justiça a erro, maculando a imagem da vítima. A denúncia destaca que o denunciado, com o auxílio do também policial militar Emerson Williams, teria alterado artificiosamente o local do crime, com o fim deliberado de induzir a erro as autoridades investigativas. Tal conduta, que configura, em tese, o crime de fraude processual ou abuso de autoridade, demonstra uma clara tentativa de interferência na apuração dos fatos e na produção de provas”, relatou o advogado.

“Representamos a família da vítima e seguimos acompanhando de perto cada etapa do processo, confiantes na atuação das instituições e na plena apuração dos fatos”, concluiu o advogado.

Caso

Caíque Santos Ferreira foi assassinado a tiros durante ação da Polícia Militar, na entrada da cidade, crime ocorrido no dia 05 de setembro de 2025. O caso foi registrado na 17ª COORPIN como morte decorrente de intervenção policial.

Conforme informações de testemunhas que preferiram não ser identificadas, no momento do ocorrido ele, que voltava do trabalho, estava empurrando a motocicleta por falta de gasolina, e foi abordado por policiais militares. Ainda segundo as testemunhas, mesmo sem reação, o jovem foi atingido pelos disparos que teriam sido efetuados pelos agentes da PMBA. Caíque não tinha passagem policial, conforme as informações.

A PM chegou a alegar que Caíque estava em situação irregular e portava drogas, o que foi veementemente refutado pela comunidade.

Pelas redes sociais do PNB, seguidores reforçaram a boa conduta do jovem e levantaram questionamentos sobre a atuação da Polícia Militar na região, pedindo uma investigação transparente e rigorosa para esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados.

Familiares e amigos realizaram manifestações nas ruas de Curaçá para cobrar justiça para o caso.

Redação PNB

 

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