Projeto propõe título de Cidadão Petrolinense a Bolsonaro e oposição repudia iniciativa

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Um Decreto Legislativo, de autoria do vereador de Petrolina-PE Elias Jardim (PHS), propõe que o município conceda o título de Cidadão Petrolinense a Jair Messias Bolsonaro. A proposta deve ser votada na Câmara Municipal amanhã (23), às 10h.

Em sua proposta, o vereador justificou que o título tem como finalidade “prestar uma justa homenagem ao Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro pelo seu grande esforço para retirar o Brasil de uma grande crise.”, escreveu o vereador.

No entanto, antes mesmo de ser votado, o projeto já está sendo criticado por outros vereadores de Petrolina. Em conversa com o PNB, o vereador Gilmar Santos (PT), declarou que a proposta é um acinte, não só a comunidade Petrolinense, como a todo o nordeste que combateu nas urnas as ideias defendidas pelo o atual presidente.

“A iniciativa do vereador Elias Jardim, em apresentar projeto para conceder título de cidadão petrolinense ao Bolsonaro, é um verdadeiro ataque à dignidade dos petrolinenses, principalmente das pessoas mais empobrecidas e vulneráveis da nossa sociedade. Bolsonaro é o presidente da destruição do país; do incentivo ao uso de armas e do estímulo às mais diversas violências; preconceituoso com os nordestinos, racista, homofóbico, misógino; é o presidente dos cortes na educação; do aumento do desemprego; dos preços absurdos dos combustíveis; da subserviência ao EUA; do incentivo ao desmatamento e do ataque aos indígenas; da liberação de mais de 169 tipos de agrotóxicos; enfim é um desastre nunca visto na política nacional”, declarou Gilmar.

O vereador da oposição afirmou ainda que o seu colega de bancada, Elias Jardim, “tem pouco ou nenhum compromisso em lutar pela solução dos grandes problemas da população, mas sabe apresentar, para receber título de cidadão, alguém que nunca serviu efetivamente a Petrolina. Muito pelo contrário, Bolsonaro tem feito é enorme desserviço, não apenas a Petrolina mas a todo a país. Por isso não apenas votaremos contra, repudiaremos esse acinte à democracia .”, concluiu Gilmar Santos.

Visita de Bolsonaro a Petrolina

Na próxima sexta-feira (24), Bolsonaro fará uma visita oficial a Petrolina. Após quase seis meses de governo, essa será a primeira viagem oficial do presidente da República ao Nordeste, região que registra as piores avaliações para o governo. Para 40% dos nordestinos, o governo é ruim ou péssimo, conforme o Ibope.

A agenda está prevista para iniciar a partir das 14h, quando Bolsonaro participará da inauguração do Residencial Morada Nova, conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, no bairro Antônio Cassimiro. O presidente ainda deve ter uma visita a uma fazenda de frutas nos perímetros irrigados da cidade sertaneja.

Ainda nesta sexta-feira (24), em Recife, capital Pernambucana, Bolsonaro deverá anunciar um acréscimo de R$ 2,1 bilhões ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, a ser usado em obras de infraestrutura. Ao todo, o fundo passará a ter R$ 25,8 bilhões em 2019.

“#Aquinão”

O anúncio da primeira viagem do presidente ao Nordeste provocou uma campanha de internautas contrários à visita. As hashtags #AquiNão e #NordesteCancelaBolsonaro estão sendo usadas por usuários do Twitter que são desfavoráveis à vinda de Bolsonaro a região. Os internautas estão relembrando o comentário do presidente, na primeira entrevista após assumir o cargo, quando disse que os governadores nordestinos não deveriam pedir dinheiro a ele.

“Não venham pedir nada para mim, porque não sou presidente. O presidente está lá em Curitiba”, disse ele, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, porém, argumentou que não abriria uma guerra política para não prejudicar os eleitores. “Não posso fazer uma guerra com governador do Nordeste atrapalhando a população. O homem mais sofrido do Brasil está na Região Nordeste. Vamos mergulhar para resolver muitos problemas do Nordeste”, encerrou.

Bolsonaro perdeu a eleição para o candidato do PT, Fernando Haddad, em todos os estados nordestinos.

Da Redação

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